“El Que Sabe” é longa espanhol sobre momentos decisivos e atrações em diferentes encontros
Por Eduardo de Assumpção*
“El que Sabem” (Espanha, 2021) O conhecido diretor de curtas-metragens Jordi Nuñez apresenta em seu longa de estreia a relação entre um grupo de amigos, de Valência, que se encontram num momento crucial das suas vidas, aquele em que devem escolher o caminho a seguir. A história é articulada a partir do vínculo entre Carla (Nakarey) e Víctor (Javier Amann), que exercem uma atração que ambos vivem no âmbito do grupo de amigos e que se consolida através de diferentes encontros.
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‘El que sabem’ recorre a referências típicas, como o uso da festa de Fallas como metáfora para referir a natureza efémera das relações. A música valenciana, o incêndio que destrói o monumento Fallas e implica uma renovação do passado simboliza o início e o fim de uma etapa, a vida exposta como um ciclo que afeta emocionalmente as personagens.
O filme está rodeado por um local mágico. A essência que se respira em ‘El que sabem’ é tão bem sucedida e com raízes tão marcadas que é capaz de dialogar universalmente. A equipe, a cinematografia e a trilha jovem são as grandes conquistas do filme.
Embora não tenha rostos familiares, exceto pela participação especial da drag Samantha Hudson, o filme funciona perfeitamente por conta própria. A química do elenco atravessa a tela e a capacidade de se fundir com seu diretor é notável. Fora o cenário, Valência, não há nada de novo no mundo dos coming-of-age, assim, há que ficar com o frescor proporcionado pelo filme.
Além de falar sobre o amor da juventude e a amizade, aparecem outras questões como a traição e as relações entre pais e filhos.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib