‘Hellraiser’ reimaginado é interpretado com grande sucesso como uma história dos efeitos do vício
Por Eduardo de Assumpção*
“Hellraiser” (2022) Na década de 1980, a franquia ‘Hellraiser’, causou um repulsivo sucesso. Mas inevitavelmente algo se perdeu no meio do caminho. O ‘Hellraiser’ reimaginado, de David Bruckner, é um retorno bem-vindo à intenção original de Clive Barker. Ao lado dos roteiristas, ele adaptou o original de 1986, e o interpretou com grande sucesso como uma história dos efeitos do vício.
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Tanto o elenco quanto a trama são representativos, Riley (Odessa A’zion) é uma jovem dependente química que luta para se manter sóbria. Seu irmão Matt (Brandon Flynn) e o namorado dele, Colin (Adam Faison), passam muito tempo ajudando-a a se manter no caminho certo. Mas o novo namorado de Riley, Trevor (Drew Starkey) é uma força desestabilizadora.
A envolvendo em um assalto, eles ficam na posse de uma caixa de quebra-cabeça que, quando torcida e virada, ejeta uma lâmina que não apenas corta o usuário, mas também abre um portal para a dimensão dos Cenobitas. Uma vez convocadas, as criaturas exigem sacrifícios, e o dano que Riley causou na vida agora causa estragos em seus amigos e familiares em uma dimensão sobrenatural.
35 anos depois, o diretor e roteiristas entendem que o choque do novo, do horror corporal e do BDSM, é uma causa perdida para uma narrativa já estabelecida. Então, eles refinam e expandem os detalhes, fundamentando os protagonistas humanos no tipo de desespero impulsionado pela empatia que pode fazer um personagem considerar se perder em outro mundo de exploração sensorial.
A estrela trans de ‘Sense8’ ,Jamie Clayton, interpreta o lendário ‘Pinhead’. A atriz ressuscita a estranheza do personagem, comandando cada quadro com uma quietude assustadora, chamando humanos desafortunados para satisfazer o prazer, não importa o custo. E aquela caixa? E aqueles monstros?
Eles são diferentes aqui, reinterpretados de forma extravagante com efeitos práticos e, no caso dos Cenobitas, o design das criaturas é impressionante com figurinos de Keith Thompson, Josh Russell e Sierra Russell. Incorporando a intenção original de Clive Barker, a do “glamour repulsivo”, esses Cenobitas deslizam silenciosamente e elegantemente na passarela do inferno.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib