Atletismo mundial proíbe participação de atletas trans na categoria feminina
O desafio de incluir pessoas trans nos esportes nas categorias com as quais elas se identificam perdeu uma batalha: a World Athletics, a federação internacional de atletismo, proibiu mulheres transgênero de participar em competições femininas de elite e reforçou as restrições de testosterona para outras atletas. O anúncio foi feito pela entidade na última quinta-feira (23).
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O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, disse que a decisão de excluir mulheres transgênero que passaram pela puberdade masculina foi baseada “na necessidade primordial de proteger a categoria feminina”. “Não estamos dizendo não para sempre”, disse Coe em entrevista coletiva. Ele anunciou a formação de um grupo de trabalho, que será presidido por uma pessoa transgênero, para aprofundar o estudo da questão da inclusão trans.
A proibição se junta a uma lista crescente de órgãos governamentais que recentemente restringiram atletas que fizeram a transição do gênero masculino para o feminino de competir em divisões femininas, incluindo a Federação Internacional de Natação (FINA) e a União Ciclística Internacional (UCI).
Em 2022, a Fina votou neste para restringir a participação de atletas transgênero em competições femininas de elite e para criar um grupo de trabalho para estabelecer uma categoria “aberta” para elas em alguns eventos como parte de sua nova política.
A decisão foi tomada durante o congresso geral extraordinário da Fina à margem do campeonato mundial em Budapeste, na Hungria, depois que os membros ouviram um relatório de uma força-tarefa transgênero composta por importantes figuras médicas, jurídicas e esportivas. Também no ano passado, a International Rugby League (IRL), órgão global da liga de rugby, proibiu mulheres transgênero de jogar em partidas internacionais femininas até novo aviso.
Porém
Na semana passada, uma atleta transexual da Itália viralizou nas redes sociais após bater o recorde dos 200 metros rasos na categoria feminina. Valentina Petrillo conseguiu autorização para competir entre as mulheres com mais de 50 anos, após realizar um processo hormonal de troca de gênero.
A velocista, que já conquistou oito campeonatos italianos, tem surpreendido técnicos e incomodado adversárias. Cerca de 30 atletas italianos realizaram um abaixo-assinado que se debruça sobre a superioridade física de Valentina, o que, de acordo com eles, torna a competição injusta.