Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação define ações e linhas de atuação para 2023

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) promoveu nos dias 22 e 23 de abril, em Fortaleza (CE), o encontro do Coletivo Nacional LGBTQIA+, que reuniu, em formato presencial, representantes dos coletivos estaduais dos sindicatos ligados à organização e estabeleceu estratégias de luta para todo o ano. O coletivo definiu que dia 17 de maio terá mobilizações para celebrar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia.

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Com a presença de 40 representantes, de 17 sindicatos da educação, de 14 Estados, a atividade contou com ações de formação, trocas de experiências e uma homenagem ao professor, educador, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integrante do Coletivo LGBTQIA+ da CNTE, Lindolfo Kosmaski, assassinado de forma brutal no dia 1º de maio de 2021.

Para o secretário de Direitos Humanos da CNTE, Christovam de Mendonça Filho, o encontro deixou clara a importância da Confederação discutir aspectos ligados ao gênero, orientação sexual e identidade junto à classe trabalhadora para avançar na inclusão. Segundo ele, o debate é fundamental para mudar a realidade que vivemos. D

No caso de travestis e transexuais, o desrespeito é ainda maior.

Um levantamento do jornal Estadão mostrou que essa população correspondia a apenas 0,1% das matrículas em universidades federais do país. “Nossa atividade mostrou que a CNTE tem sido um importante instrumento para motivar, apontar e construir possibilidades. As experiências exitosas apresentadas pelas entidades nos fizeram sair revigorados e cheios de forças para continuar nosso trabalho com nossas bases”, disse.

O conselheiro estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Luciano Santos, ressaltou o papel que os profissionais da educação têm no combate ao preconceito e quais desafios a escola precisa enfrentar.

“A escola é heteronormativa e precisamos sempre brigar por lugar de fala e dizer que quem se manifesta pelos professores são os próprios professores. Temos uma comunidade escolar que não pode negar a matrícula, mas e a permanência principalmente das crianças LGBTQIA+ nesses espaços? Temos discutido? Temas como pluralidade, corporalidade, qual currículo queremos construir, se algo exclusivamente cientificista ou um modelo preocupado com a inclusão? São pautas que precisam estar presentes no nosso cotidiano e que foram tratadas nesse encontro”, disse.

Nossa primeira ação será pensar em cada região atividades e intervenções.

Prioridades

O dirigente destacou ainda as prioridades indicadas pelas lideranças presentes de vários locais do país, com destaque à construção da campanha nacional da CNTE e das organizações filiadas para o 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. “Nossa primeira ação será pensar em cada região atividades e intervenções que tragam as cores do arco-íris e a temática LGBTQIA+ para o cotidiano das escolas e dos profissionais da educação”, explicou.

Além desse ponto, o coletivo também destacou a importância da manutenção e fundação, onde não houver, dos coletivos LGBTQIA+ e de incluir o debate sobre questões de gênero, diversidade e sexualidade em eventos da categoria, como congressos, seminários e cursos de formação. Também ficou definida a necessidade de pautar nos congressos estaduais da Central Única dos Trabalhadores (CECUTs), a criação da secretaria nacional e de secretarias estaduais LGBTQIA+, manter os canais de denúncias e criar parcerias para divulgar violências e cobrar ações. Além de produzir materiais com a identidade específica definida pelo coletivo.