Parada de SP feita por milhões de pessoas é mais uma vez o lugar para nossa população ser e sentir

Uma Parada feita de gente, por gente, para gente. Com certeza foi numericamente a maior Parada do Orgulho LGBT+ de todos os tempos na cidade de São Paulo (SP). Mesmo sem uma medição oficial de público, é fácil afirmar que ultrapassamos no último domingo, 11 de junho, a marca de 4 milhões de pessoas na Avenida Paulista e na Rua da Consolação.

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A Parada mais uma vez cumpriu seu papel essencial de ser um espaço seguro para a nossa população SER – porque nem todes podem ser quem realmente são em seus cotidianos. Ir à Parada é conquistar um paraíso de liberdade, é uma chance talvez única de extravasar desejos e vontades, de dançar, dar pinta, se montar, com peruca, sem peruca, maquiada ou não, de As Branquelas, com enchimento ou sem ele…

É uma multidão que encontra nas cerca de seis horas de evento um intervalo de libertação, de imaginação e, principalmente, de esperança. Quando se está ao lado de 4 milhões dos seus iguais na diversidade fica muito difícil, quase impossível, não se sentir bem, feliz, se sentir você mesmo, mesma. É contagiante a energia.

É uma certeza sentir o chão tremer, o coração bater e a música fazer o corpo andar, pular, dançar – ainda mais se você estiver perto do trio-elétrico da Pablo Vittar ou da Daniela Mercury, como foi o caso de domingo; que teve ainda shows de muites artistes super talentoses. De muita fama, ainda desconhecides – a Parada tem espaço para todes.

Nem todes podem ser quem realmente são em seus cotidianos.

É um evento feito na Avenida Paulista, mas não mais para a Avenida Paulista. A Parada chegou a um patamar de relevância, visibilidade e monetização que ficou difícil para grandes marcas não participarem dela – genuinamente ou não. Daqui para frente é preciso usar essa penetração comercial do evento, essa presença garantida na pauta midiática, para, como pediu o tema neste ano, cobrar políticas públicas para a nossa população.

Mas políticas públicas efetivas, que durem mais do que as bexigas nos arcos em cima dos trios no domingo. A Parada tem uma responsabilidade maior do que o seu público: articular movimento, sociedade em geral, governo e setor privado para uma realidade mais real e menos folclórica para todas as pessoas LGBT+.