Ouro Preto inaugura, por lei, o segundo centro LGBT+ do Estado de Minas Gerais
A Prefeitura de Ouro Preto (MG) inaugurou em 6 de dezembro o segundo Centro de Referência e Acolhimento (CRA) LGBT+ do Estado. “De portas abertas, aqui as pessoas encontram amparo, estímulo, acolhimento e orientação do ponto de vista jurídico e social. A nossa política municipal de desenvolvimento social é baseada em lei”, destacou o prefeito Angelo Oswaldo.
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Criado por meio da Lei Complementar 224, de 8 de maio de 2023, o CRA LGBT+ é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social. A iniciativa teve origem em uma pesquisa, conduzida pelo diretor de Promoção Social, Victor Pinto, que envolveu quase 1000 participantes ao longo de dois anos, e evidenciou a vulnerabilidade da comunidade LGBTQIAPN+ que sofre diversas formas de violência física e psicológica.
Ashley Ribeiro, mulher trans e servidora do CRA LGBT+, compartilhou seu sentimento em relação à abertura da unidade socioassistencial: “Eu iniciei minha transição aos 13 anos, hoje tenho 20, e sempre senti falta de um espaço, sempre me senti sozinha. Aqui é uma vitória para a comunidade LGBT, eu me sinto muito segura, é um espaço feito por nós e para nós, que acolhe, escuta e respeita. O CRA tem muito a contribuir para a comunidade”.
O Centro é responsável por atender a população LGBT+ da sede, dos distritos e região em suas necessidades de garantia de direitos e no combate ao preconceito e às violências, sejam elas derivadas da LGBT+fobia, do machismo, misoginia, racismo ou outros tipos de preconceitos que possam afetar a população ouropretana.
A nossa política municipal de desenvolvimento social é baseada em lei.
A equipe multidisciplinar de profissionais é qualificada no atendimento da população e integrante da comunidade LGBTQIAPN+. Entre os profissionais há a assistente social Ligian Lacerda, o psicólogo Rodrigo Broilo e as agentes administrativas Ashley Ribeiro e Iolanda Gabriela, sob a supervisão do diretor de Promoção Social, Victor Pinto. A equipe também integra os estagiários de serviço social Guilherme Castilho e Letícia Macedo e de psicologia Débora Marçal.
A casa conta com um espaço para intervenções artísticas, atualmente dando espaço para a obra “Solo Infértil”, intervenção artística que reflete a memória das vidas trans e a luta contra o sistema discriminatório. O CRA também recebe projetos de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto.