“Vinde a mim um pouco de mim mesmo”

Por André Máximo*

A lei do retorno sempre foi uma tendência na humanidade. O retorno da pochete, da calça cintura alta, daquele corte de cabelo dos anos 70 nas passarelas primavera/verão do próximo ano, daquele doce vagabundo que reapareceu em nova embalagem, enfim, tantas coisas que retornam e nem nos damos conta de como voltaram. Apenas seguimos o fluxo da vida assistindo aos retornos.

Afinal, esses itens só fazem parte se o adquirirmos. Só de lembrar, sabemos que algumas coisas são apenas bobagens e consumismos imediatistas e que, na maioria das vezes, não precisamos. Mesmo assim, trazem boas ou más recordações para nossas mentes.

O quanto essa lei é aplicada em nossas antigas atitudes? Se as atitudes forem positivas e recebermos a coroa de louro, é um tal de “Nossa! Mérito meu!”. Como a vida não é feita só de flores, para aprendermos, quebramos e batemos muito a cabeça. Quando chega a conta, a coisa muda de pontuação e a frase também: “Nossa… Mérito meu?”.

Preste atenção em ti. Perca o medo de querer o seu bem. Não jogue a culpa no mundo, até porque você não viveria sem ele.

Estamos num ano onde as “verdades inconvenientes” estão brotando de tudo quanto é lado e canto. Não tente esconder de suas vistas o que acontece. Desde daquele canudinho jogado na praia em 1999, ou quando deixou de ler “Os Lusíadas” para prova por pura preguiça, ou não deu o lugar para aquela senhora no ônibus sem saber o porquê, ou aquele “eu te amo” que guardou, ou os palavrões que soltou para quem não mereceu. Seus atos estão todos aí, ainda hoje, na sua frente.

Seus pequenos atos, por mais ínfimos que sejam, se juntam a uma grande massa de iguais a você. E isso muda tudo na Terra. Parece até exagero, mas a intolerância de um pequeno povo estremeceu o mundo 17 anos atrás. Um vento quando sopra aqui, em algum lugar, cessa uma brisa que poderia aliviar a dor ou o calor de alguém.

Os Enamorados trazem esse momento de reflexão. É um grande espelho à sua frente que você não pode tocar, apenas observar e sentir. O que você enxerga nele?

Afinal, sente culpa? Rancor? Raiva? Amor? Alegria? Desânimo? Felicidade? Está tudo bem com o que você vê ou está apreensivo com o que esse reflexo esconde?

Traga um pouco de si para ti mesmo. Aos poucos. Evite surpresas desagradáveis. Esse é a oportunidade de rever seus atos. Uma chance de perceber a sua importância no todo. Verás que às vezes negligenciou-se e foi rude demais com sua alma. Você não perdeu nada, apenas não percebeu. E se ainda não aprendeu não perca esse momento.

Seus pequenos atos, por mais ínfimos que sejam, se juntam a uma grande massa de iguais a você. E isso muda tudo na Terra.

A dualidade da Carta reflete bem a ansiedade do Corpo e o desejo da Alma. Tratamos os dois separadamente sem perceber que o resultado dos nossos atos atinge os dois sem distinção.

Preste atenção em ti. Perca o medo de querer o seu bem. Não jogue a culpa no mundo, até porque você não viveria sem ele. Transforme tudo em amor e coragem. E caminhe feliz por essa Terra que gira ávida e sem pausa.

Você está no hoje e seu passado está escrito em algum pergaminho. Use essas anotações sempre que tiver dúvida para tomar a melhor decisão. Seus passos já foram marcados. O hoje começou e você nem se deu conta. Tome uma dose diária de si mesmo e aplique de uma forma útil e solidária. Assim, vai girar conforme a Terra.

Encontrará conforto nas verdades do seu Eu interior. Não sentirás vergonha de pedir ajuda para melhorar. E tomará as melhores decisões com aquilo que já aprendeu em tua passagem aqui.

Tome posse daquele que merece sua maior atenção: VOCÊ MESMO.

*André Máximo, 42 anos, tarólogo, reikiano e umbandista.

Instagram @andremaximo