“Cyndi Lauper: Let the Canary Sing”, de Alison Ellwood, deixa a cantora brilhar contando sua própria história

Por Eduardo de Assumpção*

“Cyndi Lauper: Let the Canary Sing” (EUA, 2023) Narrado pela própria Cyndi Lauper, o documentário, de Alison Ellwood, deixa a cantora brilhar contando sua própria história, desde a infância, até ao estrelato por meio de hits oitentistas, e um período de transição, para sempre buscar a reinvenção.

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Quando Cyndi era jovem, a música enchia a casa. Nascida em Nova York em uma família siciliana otimista, músicas dos Beatles e musicais da Broadway enchiam a casa. Mas as dificuldades também viviam lá. Após o divórcio de seus pais, o novo casamento de sua mãe trouxe abusos. Cyndi buscou refúgio no canto, fazendo covers de ícones como Janis Joplin.

O avanço veio através de uma música não destinada a ela. Em 1979, “Girls Just Want to Have Fun” foi escrita, mas faltou coração. Quando seu produtor tocou a faixa, Cyndi sabia que havia falhado. Ao longo de meses, eles transformaram a música em um hino, mudando seu próprio significado. Cyndi infundiu diversão com poder feminista e visuais elaborados, proporcionando humor e força em partes iguais.

A balada “True Colors”, de 1986, de Lauper, tornou-se um hino de autoaceitação, quando a AIDS assolava a comunidade LGBTQIA+. Suas letras soam verdadeiras hoje, uma prova do dom de Cyndi para criar canções que elevam. Ela a escreveu para seu irmão, mas seu significado se expandiu para incluir todos que buscavam afirmação.

A diretora Alison Ellwood utiliza uma mistura de técnicas cinematográficas para dar vida à jornada de Cyndi Lauper. Imagens de arquivo colocam os espectadores na primeira fila para performances vibrantes, depoimentos como os de Boy George agregam. Estes são justapostos com sequências animadas contemplativas que retratam a infância de Lauper.

O contraste destaca como seu passado difícil alimentou seu sucesso futuro.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib