Melody Gardot começou a cantar por terapia e conquistou o mundo

Para quem acha que a chamada música standard é feita para elevador por gente fresca precisa conhecer Melody Gardot (Nova Jérsei, 2 de Fevereiro de 1985). Ela nem pensava em ser cantora até que, depois de um horrível acidente cheio de sequelas, começou a se recuperar com musicoterapia. Para a nossa sorte, Melody Gardot foi além das sessões terapêuticas.

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Também compositora, Melody é uma deusa influenciada pelos blues e jazz de Janis Joplin, Miles Davis, Duke Ellington e George Gershwin, e pela música latina, de Stan Getz e Caetano Veloso – além de uma paixão louca por Tom Jobim. “Quase não há nada melhor do que Jobim”, diz no programa “The Chateau D’Herouville Sessions”, atualmente exibido pelo Film&Arts.

Melody é conhecida como a “artista acidental”. Em 2003, com 18 anos, sofreu um trágico acidente enquanto andava de bicicleta, sendo atingida violentamente por um Jeep Cherokee. Sofre múltiplas fraturas na região pélvica e cervical, e um traumatismo craniano, que resulta na perda da memória e de capacidades básicas como andar e falar, tendo de reaprender tudo de novo.

Em resultado deste acidente, Melody ficou com algumas sequelas, sofrendo de vertigem cinética, usando por isso, bengala. Ficou também hipersensível ao som e fotossensível, o que faz com que use sempre óculos escuros, por não conseguir tolerar a luz.

A par da sua carreira musical, tem em desenvolvimento um programa com universidades de medicina denominado Chateau Gardot, que procura através da musicoterapia desenvolver programas terapêuticos para tratar a dor. Este programa tem por base a sua própria experiência, na qual os tratamentos tradicionais não surtiam efeito.