Por Artur Vieira*
Mês da Visibilidade Lésbica: como ser mulher no Brasil por Alana Lial
O que começou com uma forma de militância pelo direito das mulheres nas redes sociais tomou proporções que Alana Lial, mulher lésbica pernambucana de 46 anos, não mensurava ao criar o Instagram: “Ser mulher no Brasil”. A atriz, escritora e jornalista cresceu rodeada de mulheres fortes que a inspiraram, como por exemplo sua mãe: mulher nordestina que foi mãe solo e sua grande fonte de influência e força.
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Ao ficar mais adulta, foi percebendo essa influência em sua vida e – ao montar o espetáculo teatral “Eugenia”, que narra a trajetória de uma das pioneiras do feminismo no Brasil, Eugênia Álvaro Moreyra, e entender mais a fundo sobre a luta do movimento social por direitos civis (inclusive LGBT+) – decidiu que era o momento oportuno de trazer para as redes sociais o debate e a conscientização do quanto esses direitos são negligenciados.
“A criação desse Instagram em 2020 foi um grito para as mulheres que precisavam ser ouvidas.”
Desde a sua criação, o perfil tem sido uma grande rede de experiências e trocas femininas com 200 mil visitas na página mensalmente, trazendo à tona temáticas como o combate à violência física e psicológica. Para a fundadora, o machismo estrutural é complexo e enraizado por anos que só poderá ser resolvido com a educação de gênero tanto nas escolas como no ambiente familiar.
Devido à notoriedade, Alana se vê como um elo que une mulheres nessa extensa rede de apoio e informação em que tem trabalhado ao longo desses 4 anos. E neste agosto, Mês da Visibilidade Lésbica não poderia ser diferente: além de levantar temas importantes como a Lesbofobia, ela também anuncia o lançamento de seu mais novo projeto: um podcast quinzenal que terá suas gravações realizadas no estiloso brechó “Acervo 1402”, localizado no centro de São Paulo, e trará entrevistas com mulheres que têm experiências e vivências ligadas a temáticas feministas e queer.
“O mês de agosto é essencial para nós lésbicas. É superimportante ter um mês de visibilidade e voz.”
Quem acompanha esse trabalho pode perceber uma sutileza e muita coerência na militância feminista que propaga. Nada agressiva, porém muito certeira em alertar e denunciar aqueles que recusam a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros. A informação sobre esses direitos e como reivindicá-los é o carro chefe dessa mulher que ensina outras a respeito de posicionamento e dos princípios da integridade e dignidade do ser.
Para conhecer o trabalho de Alana Lial: @sermulhernobrasil
*Artur Vieira é um cristão, gay e jornalista que trabalha com o público LGBT+ desde 2013 na internet com o perfil @devoltaaoreino.
Neuma
28/08/2024 22:29
Alana maravilhosa, necessária, inspiradora. Parabéns e siga firme, mana.