Iniciativas como Vote LGBT e Antra visam ampliar representatividade nas casas legislativas

Nas eleições municipais de 2024, o Brasil registrou um aumento significativo de candidaturas trans. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 968 pessoas transgêneras concorrem a cargos públicos, um número que representa 0,21% do total de 455.752 candidatos. Comparado às eleições anteriores, esse aumento de 229% reflete o esforço de iniciativas como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a plataforma Vote LGBT, que atuam na promoção de maior representatividade nas casas legislativas.

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Segundo os dados do TSE, as candidaturas trans para 2024 incluem sete candidaturas para prefeituras, 10 para vice-prefeituras e 951 para cargos de vereador. Do total, 600 candidaturas são de pessoas negras, 352 de pessoas brancas, nove de indígenas e seis que não informaram raça ou etnia. A maioria das candidaturas é composta por pessoas transfemininas (702), seguidas por transmasculinidades (266).

Esse cenário contrasta com as últimas eleições municipais, em 2020, quando a maioria dos eleitos eram homens brancos, com 84% das candidaturas vencedoras ocupadas por homens e apenas 16% por mulheres. Além disso, 53,5% dos eleitos se declararam brancos, enquanto 44,7% eram negros, e as candidaturas indígenas representaram menos de 1%.

Para reverter essa realidade, iniciativas como a Vote LGBT e a Antra têm fortalecido a visibilidade de candidaturas comprometidas com pautas progressistas. O Vote LGBT, criado em 2014, é uma plataforma que busca mobilizar o eleitorado em prol de uma política mais inclusiva e diversificada. Este ano, a plataforma registrou 3.037 candidaturas LGBT+ em todo o país.