“Will & Harper” é uma rara mistura de gargalhadas e momentos comoventes
Por Eduardo de Assumpção*
“Will & Harper” (EUA, 2024) Will Ferrell descobre que um de seus amigos e colaboradores mais próximos, realizou a transição e se assumiu como mulher trans. Inseguros sobre as regras básicas no próximo estágio de seu relacionamento, os dois dirigem de Nova York a Los Angeles juntos e se reconectam.
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Dirigido com humor e coração, por Josh Greenbaum, o filme segue as brincadeiras divertidas e as conversas profundas de Ferrell e Steele, com paradas para se reunir com ex -integrantes do SNL e fazer novos amigos (ou não) em bares ao longo do caminho.
O filme captura tanto a familiaridade reconfortante quanto às revelações que surgem quando duas pessoas que se conhecem há décadas exploram juntas um território desconhecido. Parte comédia de amigos, parte crônica de autodescoberta, Will & Harper é uma rara mistura de gargalhadas e momentos comoventes.
Ao viajar pelo coração de uma América dividida, Will & Harper revela razões para otimismo mesmo na escuridão. Os amigos descobrem que o ódio se esconde em todos os lugares, mas as pessoas comuns também abrem suas portas mais do que o esperado.
Harper Steele fez sua transição mais tarde na vida, com ela tendo sessenta e um anos quando o filme começa. Ela escreveu muitas das comédias mais amadas de Ferrell e esquetes do SNL. Como Ferrell menciona na introdução, qualquer coisa que ele fez em sua carreira que fosse incomum, como o “Eurovision”, seu filme latino “Casa de mi Padre” ou o da Lifetime “A Deadly Adoption”, foram escritos por Harper.
Enquanto eles cruzam o meio da América no passeio, mantêm conversas fluidas cobrindo tudo – sua transição, namoro, passagem, moda, cirurgia e até tentativas de suicídio. Suas conversas capturam o que realmente significa ser um aliado que ouve ativamente.
“Will & Harper” é provavelmente o filme mais importante que Ferrell fará. Ainda são raros os longas que mostram pessoas maduras em transição. E a obra capitaliza de forma inteligente a personalidade do comediante. Conhecido por sua faceta boba e imatura, neste filme ele construirá conexões, iniciará conversas, induzirá ataques de riso e até salvará vidas ao longo do caminho.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib
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05/10/2024 21:45
Concordo, é algo que todos deveriam pensar mais.