Rosa Caldeira tem o seu curta “Anba dlo” escolhido para concorrer na Berlinale Shorts
O cineasta e roteirista paulista Rosa Caldeira teve o seu curta “Anba dlo”, uma co-produção Brasil, Cuba e Haiti, em que assina direção, roteiro e co-produção, escolhido para concorrer na Berlinale Shorts, a competição oficial de curtas do Festival Internacional de Cinema de Berlim (Berlinale), um dos maiores e mais prestigiados festivais de cinema do mundo, sendo o único filme brasileiro na disputa.
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Rosa Caldeira ainda participará da Berlinale Talents, uma plataforma internacional de networking e de desenvolvimento de talentos voltada para profissionais emergentes da indústria cinematográfica, criada pelo Festival de Berlim em 2003.
Formado em Sociologia e especializado na Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV), em Cuba, Rosa é cineasta da favela de São Paulo e já dirigiu e roteirizou filmes, videoclipes de artistas como Irmãs de Pau e campanhas para grandes empresas como Latam, Amazon, Ambev e Mercado Livre. Transporta para os seus filmes suas vivências periféricas e transmasculinas. Também é um dos fundadores da APTA (Associação de Profissionais Trans do Audiovisual):
“Recebi a notícia de que o filme tinha sido selecionado e custei a acreditar. É um dos festivais mais importantes do mundo, com mais de 5 mil inscritos só na nossa categoria, e apenas 20 selecionados”, comemora o diretor e roteirista. Sendo um artista de origem periférica, Rosa tem ainda mais motivos para celebrar a escolha do curta, co-dirigido e roteirizado com a cineasta Luiza Calagian e produzido pela Ursana Filmes, Maloka Filmes, Mata Fechada Filmes e Kinolakay.
“O universo das artes é elitista e excludente, então essa seleção já é um prêmio enorme. É uma validação para a carreira de qualquer um, especialmente para mim, um cineasta trans e favelado. Mesmo com prêmios e conquistas que muitas pessoas com mais sobrenome, dinheiro e acessos não conseguiram alcançar, ainda sinto que tenho que me provar o tempo todo. Espero que o Brasil veja essa vitória como merece: um símbolo da qualidade e da vanguarda artística de artistas dissidentes das favelas e quebradas”, escancara.
Seu filme anterior, “Perifericu”, recebeu mais de 35 prêmios e foi exibido em cerca de 200 festivais, incluindo o Festival de Tiradentes e o Curta-Kinoforum. Rosa também já participou do Festival de Málaga, Festival de Locarno, da renomada oficina de roteiro do Cine Qua Non Lab, no México, e do Festival de Cannes com o projeto Ocupatrans.