Funmilayo Afrobeat Orquestra realiza série de shows gratuitos que destacam o protagonismo feminino e LGBT+

O projeto “Afrobeat: substantivo feminino”, da Funmilayo Afrobeat Orquestra, propõe refletir sobre o protagonismo de mulheres e pessoas LGBT+ na música e na ocupação dos palcos como espaços de resistência política e poética. As apresentações são gratuitas, de classificação livre, e circulam por diferentes espaços culturais de São Paulo, entre junho e agosto, passando pelas Zonas Oeste, Norte, Leste e Sul da cidade.

Leia também:

Laura Barker é diretora, produtora e fundadora do New York Brazilian Film Festival, realizado anualmente em Manhattan

“Pai” propõe experiência cênica sobre os traumas herdados da relação com figuras paternas abusivas

Rio de Janeiro recebe o espetáculo “Flores Astrais – Um tributo aos 50 anos dos Secos & Molhados”

Além dos shows, a iniciativa realiza oficinas de xequerê sustentável, vivências de dança afrobeat e um encontro sobre a música do Atlântico Negro, fortalecendo a conexão com as culturas afro-diaspóricas por meio da música, da dança e do fazer coletivo. As atividades promovem a troca de saberes musicais, estéticos e culturais ligados à diáspora africana.

O espetáculo tem como ponto de partida a história do afrobeat e de suas raízes políticas. A banda destaca a atuação de mulheres que foram fundamentais na trajetória do gênero e na vida de Fela Kuti, um dos criadores do afrobeat. Entre essas figuras estão Funmilayo Kuti, mãe de Fela e referência na luta anticolonial, além de Sandra Izsadore e as cantoras e dançarinas que integravam o coletivo Afrika 70. A proposta do grupo é revisitar essa história a partir de uma perspectiva que evidencia a participação dessas mulheres na construção estética, musical e política do gênero.

As apresentações são gratuitas, de classificação livre, e circulam por diferentes espaços culturais de São Paulo

O repertório transita entre referências da música africana, como o highlife e o jazz, incorporando também elementos da soul music e de ritmos brasileiros, como o maracatu e o rap. A Funmilayo Afrobeat Orquestra também faz reverência a artistas brasileiras que marcaram a história da música, como Elza Soares e Alcione, além de homenagear as nigerianas The Lijadu Sisters, que também deixaram sua marca no afrobeat e no highlife.

No palco, a banda executa também faixas do disco autoral “Funmilayo”, lançado em 2022, que traz como eixo central a influência feminina na trajetória das integrantes e na história do afrobeat. O setlist também inclui releituras como “Erora”, das Lijadu Sisters, e “Upside Down”, originalmente interpretada por Sandra Izsadore com Fela Kuti e a banda África 70. Completando o roteiro, músicas autorais como “Luvemba” marcam a identidade sonora da orquestra.

O espetáculo tem como ponto de partida a história do afrobeat e de suas raízes políticas

A formação do grupo conta com 12 pessoas no palco, sendo 11 musicistas e uma dançarina. Integram a banda: Amanda dos Anjos (trombone e coro), AfroJu Zambeleua (percussão), Ana Goes (saxofone e voz), Ana Cruse (teclado e coro), Larissa Oliveira (trompete e voz), Keyth Felix (baixo), Jasper Okan (guitarra e voz), Priscila Hilário (bateria e coro), Rosa Couto (voz e percussão), Sthe Araújo (percussão e voz), Stela Nesrine (saxofone e voz) e Vanessa Soares (dançarina).

Ao longo do show, o grupo reforça a importância de refletir sobre a marginalização das mulheres e de pessoas LGBT+ na sociedade, na cultura e, especificamente, na história do afrobeat. Os próximos passos da Funmilayo Afrobeat Orquestra incluem a produção de um novo EP, com previsão de lançamento ainda este ano. As composições inéditas irão abordar a relação da banda com a cidade de São Paulo.

Mais informações e atualizações estão disponíveis no site www.funmilayoafrobeat.com.