E agora, quem poderá nos defender? A informação e o bom senso contra o Coronavírus

A pandemia causada pelo novo Coronavírus é uma realidade e chegou de vez ao Brasil – país onde terraplanistas e o antivacinas insistem em deturpar a rede de informações. Como diriam nos episódios de Chapolin, “e agora, quem poderá nos defender”? Nós mesmos, uns aos outros. Porque o presidente, bem, a gente já viu que está mais preocupado em se defender de suas cagadas do que defender seu povo.

É em uma realidade onde fake news dominam as correntes de WhatsApp, onde as pessoas estão mais preocupadas em ter razão do que ajudar, é mais do que necessário que a imprensa cumpra seu papel social – com a Globo dando uma aula sobre como fazer isso. É preciso informar com clareza e responsabilidade, é preciso confirmar a veracidade da corrente que você recebeu no “zap”.

Para nós da imprensa vale rememorar as aulas no curso de Jornalismo, aquelas que pessoas sem diploma não frequentaram e pelas quais não foram orientadas (mas este assunto de diploma para jornalista fica para outra hora). Não cabe à imprensa criar pânico, não cabe ao jornalista insuflar situações de risco, fazer todo mundo sair desesperado por aí.

Amore, segura sua sede de conquistar seguidores, acalma seu afã de lacrar na internet com suas opiniões sem base científica, dá uma segurada na gana por cliques. É hora de qualidade, não quantidade. Ninguém quer saber o que você acha, quer saber como não ser infectado.

Cabe a nós jornalistas, mesmo tendo sido massacrados nos últimos anos por uma burrice coletiva cega e perniciosa liderada por um néscio que brinca de presidente, cabe a nós acalmar a população, ao mesmo tempo em que damos a real dimensão do problema. Informar sem insuflar.

A pandemia é grave e a situação, de acordo com os órgãos oficiais de saúde (olha a importância da fonte), deve piorar. Mas, voltando ao Chapolin, palma, palma, não priemos cânico porque uma realidade já delicada pode descambar para uma realidade sem controle. Então sim, tome cuidado, siga as orientações de especialistas, de quem estudou e está estudando a saúde pública.

Eu sei que você adora sua família, mas ela, infelizmente, pode estar espalhando, pior do que o vírus, informações erradas. Exemplos: o vírus não sobrevive ao calor e gargarejo com vinagre mata o vírus. Não, nada disso é verdade – e tudo bem se você já compartilhou isso, mas desfaz a burrada.

Então além de um isolamento necessário nesta fase de propagação do vírus, é preciso se isolar das vozes que surgem nas cabeças de pessoas irresponsáveis, as fontes nada confiáveis de vídeos, correntes e toda sorte de mídia que repasse informações erradas. A ignorância matará mais do que o Coronavírus.

O número de casos deve aumentar, as restrições para nós, população, devem ficar maiores e os ânimos, opostamente a isso, devem ser diminuídos – vamos enfatizar mais, os ânimos não apenas devem, eles precisam ser diminuídos. Não é com histeria que se vence uma dificuldade como esta porque, ao contrário do vírus, a informação deixa de circular com eficácia.

A China não criou vírus nenhum como parte de um plano de dominação mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não decretou pandemia para esvaziar os protestos pró-governo do último dia 15 e não é só uma gripe. A realidade é grave, insistir em propagar inverdades é mais ainda e algo totalmente desnecessário.

Aqui neste texto separei alguns vídeos bem esclarecedores – com direito ao nosso muso máster Drauzio Varella dando suas dicas. Busque informação, acalme-se, acalme quem você ama. Cuide dos mais velhos, se cuide, cuide de todos evitando propagar bobeiras sem fim.

Pior do que uma pandemia de Coronavírus é ser contaminado pelo vírus da ignorância.

MenAs.