AFROBETIZANDO

Yolanda Frutuoso dá show de didática em canal sobre a história do povo negro para ensinar e pedir respeito

Yolanda Frutuoso é uma negra maravilhosíssima daquelas de parar o trânsito, como se diz por aí. Mas quando o trânsito para ela não quer elogios, quer sua atenção para falar sobre empoderamento do povo negro. É usando as redes sociais que ela espalha uma mensagem de aprendizado, cultura e importância de se conhecer a própria raiz para se entender melhor.

Acima disso, é resgatando a história de seu povo que ela explica como o racismo estrutural infelizmente se entranhou na sociedade e continua vivo. Mas se depender de Yolanda, que mora em São Paulo, e da felizmente crescente onda de empoderamento negro, isso está para acabar – é hora de o negro tomar para si o que é seu de direito e há séculos vem lhe sendo negado.

Linda, simpática, coerente e cheia de clareza para falar, ela criou o canal “Afrobetizando” no YouTube, que como o nome já diz, quer educar em nome de uma sociedade mais justa e igualitária. Os vídeos também podem ser vistos no Instagram @ayo_frutuoso, espalhando essa mensagem importante pelos quatro cantos para que negros saibam mais de si e brancos saibam mais do outro. Esta é a base do respeito mútuo.

Na entrevista a seguir, ela comemora que “finalmente o nosso momento está acontecendo. Acho que essa ‘onda de empoderamento’ aconteceria em algum momento da História”. Aconteceu, cresceu e a gente espera que fique cada vez maior!

Qual a importância das redes sociais para que a gente consiga construir uma sociedade mais justa, sem preconceitos?

As redes sociais têm um papel fundamental na construção da nossa sociedade atualmente, eu mesma sigo várias mulheres que são minhas inspirações estéticas e intelectuais. Hoje se algum famosx fala alguma besteira, é questão de segundos para ser atingidx pela onda do compartilhamento e posicionamento de que aquilo está errado.  De certa forma, as redes sociais acabaram virando um palco para debates. E nós não vamos tolerar nenhum tipo de preconceito, gerando esse “reboliço” acaba chegando em pessoas que nem imaginavam que aquela situação era racista ou homofóbica. Com isso, as redes sociais levam a informação.

Como tem sido a recepção dos vídeos?

Olha, tem sido bem positiva. Estou bem contente com o resultado, ver as pessoas compartilhando, marcando amigos, me enviando mensagens dizendo “Nossa, que legal! Eu não sabia disso!”. Sinto que atingi o meu objetivo!!

Tem alguma diferença nessa recepção do público negro para o público branco?

Olha, vejo a galera negra bem mais envolvida e engajada do que a branca, em partes porque nas minhas redes sociais o maior público é o negro, e por outro lado que as pessoas negras estão sedentas por saber a nossa história.

Você percebe uma crescente busca dos negros pela sua identidade? Por que você acha que isso vem acontecendo?

Sim, finalmente o nosso momento está acontecendo rs… Acho que essa “onda de empoderamento” aconteceria em algum momento da História. Acredito que esta época, onde a juventude tem mais liberdade e o advento da internet, deu um boom, trouxe a representatividade de forma positiva e a inspiração que não víamos na televisão.

O que mais te incomoda como negra e mulher na sociedade em que vivemos?

Tem vários pontos que me incomodam, mas para sintetizar um: é que sempre estão subestimando a nossa capacidade. Cansa ter que provar que você sabe o que está fazendo, estar numa constante disputa para ser boa o suficiente.

Para finalizar, um recado direto e reto para os preconceituosos:

Isso é só o começo, estamos chegando e não vamos pedir licença, vamos tomar tudo o que é nosso por direito!