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TRANSVIVER

Instituto em Pernambuco nasceu de encontro e hoje alimenta mentes, corpos e esperanças na pandemia

É em tempos delicados de pandemia que o trabalho realizado pelo Instituo Transviver, de Recife, se torna ainda mais necessário, vital, essencial. O grupo que nasceu de um encontro de pessoas trans com a idealizadora do Instituto, Regina Guimarães, hoje recebe doações para serem encaminhadas à nossa população – ainda mas vulnerabilizada pela paralisação das atividades econômicas.

Em tempos comuns, o Transviver mantém time de futsal de homens trans em Recife, Caruaru e Salvador; curso preparatório para supletivo; curso de inglês; e atende demandas espontâneas como encaminhamento para serviços de saúde, junto com as coordenadorias de Saúde LGBT municipais e estaduais, retificação de Registro de Nascimento, junto com a Defensoria Pública, e outros apoios psicossociais.

De barriga cheia a gente consegue pensar melhor em saídas para ir se virando.

Com a chegada da pandemia e a impossibilidade de trabalho para significativa parcela da nossa população, a ação tem focado na arrecadação. Cestas básicas, kits para bebês, kits de limpeza, máscaras de proteção e álcool em gel são recebidos no Bar do Céu e já chegaram a pelo menos 700 pessoas LGBTI+.

“As cestas básicas suprem uma parte dos maiores custos que se tem em uma casa, alimentação. De barriga cheia a gente consegue pensar melhor em saídas para ir se virando”, conta à Ezatamag Vinicius Rui, diretor de Esportes do Instituto na entrevista abaixo:

Como nasceu o instituto?

O Instituto Transviver nasceu de um encontro de pessoas trans com a idealizadora do instituto, Regina Guimarães. As meninas e meninos sempre a chamaram carinhosamente de Mama e pediam para ela os ajudar em demandas diversas: acesso a consultas, vale gás, cesta básica. A partir daí, Regina pensou e viabilizou uma articulação com um grupo de psicólogas que disponibilizava uma vez por semana uma terapia em grupo, onde era fornecido também um lanche e o valor das passagens de ida e volta de ônibus para quem participava. Atualmente, o instituto tem iniciativas que abraçam toda a população LGBTI+:

– Time de futsal formado apenas por homens trans (Recife, Caruaru e Salvador);

– Curso Preparatório para Supletivo para pessoas LGBTI+;

– Curso de inglês para pessoas LGBTI+ (Parceria com a UNINABUCO);

– Demandas espontâneas tais como: encaminhamento para serviços de saúde, junto com as coordenadorias de Saúde LGBT municipais e estaduais; retificação de Registro de Nascimento, junto com a Defensoria Pública e demais apoios psicossociais.

Respeitar também tem a ver com entender seus privilégios e não silenciar os outros corpos que se manifestam por igualdade social.

Como tem ficado as ações de vocês em tempos de isolamento?

Desde o início do isolamento social, o instituto vem desenvolvendo ações de entrega de cestas básicas, kits para bebês, kits de limpeza, máscaras de proteção e álcool em gel. Contando todas as doações, mais de 700 pessoas LGBTI+ já foram beneficiadas.

Como as pessoas podem ajudar o trabalho de vocês?

Para contribuir, você pode efetuar um depósito ou transferência bancária de qualquer valor para a conta do Banco Itaú, AG: 2483, Conta Corrente: 0026325-3, CNPJ: 32.275.491/0001-55. Ou, caso prefira, pode nos procurar via direct, no Instagram @transviver , para combinar a entrega de doações físicas.

Acreditamos que o respeito parte de um olhar de empatia com a realidade e vivência do outro.

Como iniciativas assim podem mudar o cotidiano de pessoas LGBT?

Cerca de 80% da população LGBTI+ depende do trabalho informal ou da prostituição. E nesse período de isolamento social, foram diretamente prejudicadas pela paralisação das atividades. Boa parte dessas pessoas não tem o apoio de nenhum familiar e isso dificulta ainda mais a situação de vulnerabilidade. As cestas básicas suprem uma parte dos maiores custos que se tem em uma casa, alimentação. De barriga cheia a gente consegue pensar melhor em saídas para ir se virando.

O respeito mora no entendimento de que somos diferentes, mas que independente disso, deveríamos ter os mesmos direitos, espaços e voz.

Quais têm sido os maiores desafios em Recife?

Um dos nossos maiores desafios tem sido chegar em algumas comunidades. As doações que chegam até nós não nos dão subsídio suficiente para fazer o transporte até essas localidades. No momento, nossas ações acontecem no Bar do Céu, um ponto no centro da cidade do Recife, onde permanecemos entregando durante 3 ou 4 horas e as pessoas que conseguem vêm ao nosso encontro. Entendemos que tem gente que não consegue chegar até nós por demandas diversas, já que a frota de metrô e ônibus da cidade está com número e horário reduzidos para funcionamento.

É importante entender que essas pessoas tiveram muitos direitos e acessos negados historicamente e que precisam ser reparados.

Como podemos construir uma sociedade mais igualitária? Como semear o Respeito?

Promovendo a todas as pessoas não apenas um acesso digno à saúde e à educação. Mas também a permanência para a continuidade. Sem distinção de gênero, cor ou orientação sexual. Acreditamos que o respeito parte de um olhar de empatia com a realidade e vivência do outro. Somos e viemos de lugares diferentes. Tivemos formações e acessos diferentes. E quando se trata de um recorte LGBTI+ é importante entender que essas pessoas tiveram muitos direitos e acessos negados historicamente e que precisam ser reparados. Isso é ter um olhar com exercício na empatia sobre a vivência e sobre quem o outro é. Respeitar também tem a ver com entender seus privilégios e não silenciar os outros corpos que se manifestam por igualdade social. O respeito mora no entendimento de que somos diferentes, mas que independente disso, deveríamos ter os mesmos direitos, espaços e voz.

Instagram @transviver

1 Comments
  1. joice

    11/05/2023 09:02

    Bom dia

    O Hospital das Clínicas Unidade Perdizes (IPER) inaugurou o Centro de Álcool e Drogas, onde está instalado o Ambulatório para tratamento de Dependência Química voltado à comunidade LGBTQIAP+. Este ambulatório tem a proposta de ampliar a oferta dos cuidados em saúde com atuação de uma equipe multidisciplinar voltados à população que residem na Grande São Paulo.
    São admitidos pacientes maiores de 18 anos com problemas relacionados ao uso abusivo de substâncias psicoativas. O seu horário de funcionamento ocorrerá semanalmente todas às quintas-feiras das 12h00 às 16h00 localizado na Rua Cotoxó, 1142, Pompéia, São Paulo/SP, 05021-001 – Fone (Whatsapp) 1191687-4599.

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