Ayssa Mariana largou os estudos para ser padre e se transformou em quem ela sempre quis ser, uma rainha sergipana! 

Com pouco mais de 100 mil habitantes, a cidade sergipana de Lagarto exporta um exemplo emocionante de transformação e verdade humanas. Ayssa Mariana, escorpiana de 30 anos, largou os estudos que a levariam a ser padre para se tornar a mulher belíssima que sempre foi por dentro – saltando os vários obstáculos que apareceram em seu caminho.  

Preocupada com os nossos, ela sonha em abrir uma casa de acolhimento LGBT em Lagarto para ajudar outres que queiram ser plenamente quem são. A acadêmica de Psicologia reforça que o mercado de trabalho para mulheres trans ainda é complicado, por isso foca em prestar concursos públicos para seguir carreira e ter uma vida digna. 

A chave para esta dignidade, ela sabe, é a educação. “Sofri muito preconceito na escola, fui agredida várias vezes. Até desisti de estudar um tempo. Voltei para a escola mesmo sofrendo preconceito e tudo. Me formei porque sabia que a educação era transformadora”, conta ela no depoimento a seguir:  

“Sou Ayssa Mariana. Tenho 30 anos e moro em Lagarto, Sergipe. Sou do signo de Escorpião.  

A realidade LGBT aqui na minha cidade é bem tranquila. Graças a Deus temos respeito da população, mas lógico que precisamos lutar ainda mais para dias melhores para todos. Há muito a ser feito. Por exemplo, políticas públicas mais inclusivas para pessoas LGBT e mulheres transexuais. 

Eu me descobri aos 10 anos, quando eu era coroinha da igreja. Eu já me preparava para seguir o caminho para ser padre. No entanto, aos 15 anos desistir de ser padre e aí nasceu Ayssa Mariana.

Criação de projeto de lei que capacite pessoas LGBT, além de um acordo com o comércio local no qual teria que inserir pessoas LGBT no mercado de trabalho – em troca teria impostos mais baratos. 

Eu me descobri aos 10 anos, quando eu era coroinha da igreja. Eu já me preparava para seguir o caminho para ser padre. No entanto, aos 15 anos desistir de ser padre e aí nasceu Ayssa Mariana. 

á muito a ser feito. Por exemplo, políticas públicas mais inclusivas para pessoas LGBT e mulheres transexuais.

Sofri muito preconceito na escola, fui agredida várias vezes. Até desisti de estudar um tempo, mas como minha mãe – que era uma mulher que me acompanhou na minha transição hormonal – descobriu um câncer e faleceu, desde aí tive mais forças. 

 

Pretendo lutar pra abrir aqui na minha cidade uma casa de acolhimento pra mulheres trans, pessoas negras e público LGBT em situação de rua.

 

Voltei para a escola mesmo sofrendo preconceito e tudo. Me formei porque sabia que a educação era transformadora. 

Encaro de frente meus desafios. Sempre sofri, porém hoje tenho mais coragem para ir em frente. Lutar ainda mais por meus direitos, conseguir me formar em Estética e Cosmético. Sou acadêmica de Psicologia, sou uma lutadora diária. Não baixo a cabeça pra ninguém️. 

Sofri muito preconceito na escola, fui agredida várias vezes. Até desisti de estudar um tempo

Para outras pessoas trans eu posso dizer que sejam corajosas como eu fui, como outras foram, como elas também têm que ser. Não é fácil, mas sempre iremos existir e resistir.  

Eu amo maquiagem desde pequena, por isso fiz a faculdade de Estética e Cosméticos. Porém depois de formada vi que o mercado de trabalho é complicado para nós mulheres trans. Por isso resolvi fazer Psicologia e prestar concursos públicos no futuro. 

Sempre sofri, porém hoje tenho mais coragem para ir em frente.

Pretendo lutar pra abrir aqui na minha cidade uma casa de acolhimento pra mulheres trans, pessoas negras e público LGBT em situação de rua. 

Meu maior sonho é poder ver meus sobrinhos se formarem, construir família, ver minhas afilhadas se formarem também. Viver e ainda acordar em um Brasil que não nos mate diariamente.” 

Instagram @ayssamariana