Poeta carioca Fernando Impagliazzo lança segundo livro abordando a fragilidade masculina e discutindo o cotidiano com HIV

Vocês não têm noção do quanto é importante e urgente falar sobre HIV”, diz Fernando Impagliazzo à Ezatamag. Sabemos sim, ezatamentchy por isso hoje vamos apresentar o mais novo trabalho deste poeta carioca, o livro “Promíscuo”, lançado no último dia 5 pela Editora Hecatombe/Urutau. É para questionar.

O que é ser homem? Como lidar com a vulnerabilidade vinda do nosso machismo aprendido por anos? Há uma outra maneira de (re)pensar a sexualidade, o corpo, o sexo? Como é, em 2021, conviver com o vírus hiv? Fernando tenta lançar luz nessas e outras irrespondidas perguntas. O livro integra o projeto MilTons de escrita em resposta aos retrocessos no Ministério da Educação.

O autor está soropositivo desde 2009, fato que o fez pensar numa proposta de desconstrução poética da nossa sexualidade masculina e frágil. “Todo o homem usa uma capa imortal que não o protege de nada”. Ser homem, afinal, é a vulnerabilidade de “deixar um vazio entre as pernas”, “de deixar de ser tão homem”. (Variações acerca de ser homem).

O que é ser homem? Como lidar com a vulnerabilidade vinda do nosso machismo aprendido por anos? Há uma outra maneira de (re)pensar a sexualidade, o corpo, o sexo? Como é, em 2021, conviver com o vírus hiv?

A partir de um jogo linguístico com a palavra que dá título ao livro, (pro+misceo), o poeta mostra que nenhum de nós está isento de se sentir vulnerável e estar misturado ao mundo. Como diz em um dos seus poemas “todo o homem quer abafar o seu grito histérico” (Histérico).

Inconscientemente, o livro fala também da vulnerabilidade e do medo de sair, de caminhar por estas vias incertas, “o medo de passar doença”, “o medo de pegar doença” (Sair). Afinal, é preciso entender que “a carreira de um homem/é sempre do tamanho do solo” (Solo) e que, apesar do machismo, da sorofobia, do coronavírus ainda resistirem, nós precisamos resistir a eles, pela linguagem.

Fernando: Ser homem, afinal, é a vulnerabilidade de “deixar um vazio entre as pernas”

Fernando (1990) nasceu no Rio de Janeiro. É poeta, professor, pesquisador, editor da “Revista Toró” e autor de “Prova das Nove” (2014). Mestre e doutorando em Literatura Brasileira (UFRJ), pesquisa a poesia do início do século XX.

Integrou a antologia “Tente entender o que tento dizer: poesia + hiv/aids” (Bazar do Tempo, 2018) com organização de Ramon Nunes Mello. Publicou poemas em revistas eletrônicas como “Mallarmargens” e “Ruído Manifesto”.

Promíscuo” – Fernando Impagliazzo
Coleção MilTons de escrita
R$ 40
Editora Hecatombe/Urutau
1ª edição – 2021

104 páginas
Venda disponível no site da Urutau (https://editoraurutau.com.br/)