Mutirão Coelhinho do Amor está arrecadando doações para a Páscoa de quem ficou ainda mais vulnerável na pandemia
O que une a maioria das religiões do mundo não é um feriado, é a lição de fazer o bem, espalhar o bem, executar o bem para receber o bem – e todo o mundo, o planeta, fica bem. Feriados como a Páscoa, no próximo domingo, 4 de abril, sempre trazem esta reflexão, mas qual ação concreta você tem feito?
Para adoçar a Páscoa de pessoas carentes na Brasilândia, cidade de São Paulo, o coordenador de marketing Marcelo Seixas está arrecadando doações a serem entregues no domingo, às 14h, em uma das regiões paulistanas onde a pandemia mais escancara a escandalosa desigualdade social brasileira. É o Mutirão Coelhinho do Amor – @coelhinhodoamor no Instagram.
Também decorador de eventos sociais, “faço aos fins de semana como hobby”, Marcelo conta à Ezatamag que “as pessoas podem ajudar fazendo doações financeiras em uma das contas ou Pix. Já compramos 1.000 ovos da Chocolateria Itália, de 200 gramas cada”.
E ele conta abaixo que esse trabalho está só começando:
De onde veio a vontade de adoçar a Páscoa de outras pessoas?
Eu tive um sonho na semana do dia 14 que dizia que eu estava realizando um projeto social. Por coincidência, esse sonho aconteceu na semana do aniversário do meu irmão que faleceu há 8 anos. Ele estava morando em situação muito precária e de extrema pobreza e nos escondeu isso, já que ele morava no Nordeste e a família aqui em São Paulo.
E o que te levou a escolher a Brasilândia especificamente entre tantas áreas de vulnerabilidade?
A região da Brasilândia possui 300 mil pessoas moradoras. Quase um país em um bairro. As comunidades atendidas serão Comunidade da Capadócia e Comunidade Milton Campos – Vila Icarai. São em torno de 2500/3000 famílias em situações MUITO PRECÁRIAS e que estão passando fome. Escolhemos a Brasilândia também por toda a sua história de falta de estrutura social e educacional, bem como a região, que somando com a Cachoeirinha / Freguesia do Ó tem o maior número de mortes e casos da Covid desde o início.
A entrega será domingo né? Até quando pode doar?
Pode doar até sábado, mas a nossa ideia é que o projeto não acabe na Páscoa e tenha continuidade para levar alimento a essa população.
E como você acha que seu irmão se sentiria vendo essa ação tão legal?
Acho que estou apenas continuando aquilo que ele foi nesse mundo – um olhar humano para todas as pessoas que estão ao nosso redor. Eu agradeço GIGANTESCAMENTE a todos os envolvidos, iniciando pela minha família, que incentivou que o projeto iniciasse esse ano. Em segundo a todos os padrinhos que abraçaram sem nem pensar, se doando tanto em divulgação quanto financeiramente: as modelos Bárbara Cavazotti @barbaracavazotti, Taiana Sperotto @taianasperotto, Flavia Lucini @flavialucini, Luisa Granatto @luisagranatto e Juliana Mesquita @jumesquitab; maquiador Renato Oliveira; influencers Estevão Delgado @ezatamentchy e Vitor Di Castro @vitordicastro; modelo e travel blogger Gabriela Vieira @gabi_nvieira; chef de cozinha e influencer Paulo Tardivo; rainha de bateria Jacqueline Mercedes. Além do pessoal da banda Turma do Pagode e Art Popular Pimpolho, Chocolateria Itália, Buffet Cozinha é Lá Fora e Lá Fora Eventos. Além de amigos de diversas áreas e empresas.
E já vem sendo feito um trabalho lá bem bacana também. Nas fotos a gente vê a alegria das pessoas. Vocês vão somar esforços?
As fotos são de doações que já acontecem aos domingos pela Associação AMAVB – Associação dos Moradores da Vila Brasilândia. Nós estamos entrando apenas como mais um braço para levar o alimento a todas as famílias associadas que estão cadastradas no Projeto de Combate à Fome desta região.
Parabéns! Pra finalizar, qual é seu maior sonho?
O meu maior sonho é que essa ação se torne um projeto concreto ou uma ONG Solidária e Social. E que seja um ponto central que reúna tantas pessoas de amor e que pense no próximo. E assim juntos consigamos diminuir pelo menos uma parcela da desigualdade da sociedade, levando “aquilo que poucos têm de muito” a aqueles “muitos que tem tão pouco”.