Mandatas completam seis meses de atuação com muitos avanços e enfrentando os retrocessos
1 de julho marca o primeiro semestre de trabalho das mandatas eleitas em 2020, que viram em apenas seis meses muita coisa acontecer. Vários foram os avanços além da própria ocupação do espaço Legislativo, com vereadoras atuantes, questionadoras e muitas vezes pioneiras. Mas infelizmente também marcantes os retrocessos.
[Foto: Bandeira trans hasteada na Câmara de Araraquara no dia 29 de janeiro a pedido da vereadora Filipa Brunelli (PT)]
Começando pela parte boa, Ezatamag fez um levantamento de pelo menos 12 vereadoras trans e travestis que movimentam a pauta de suas câmaras municipais com iniciativas em favor da população LGBTQIA+. São projetos para garantir acesso a serviços de saúde, segurança, combate ao preconceito e cidadania plena.
Vale um parêntese aqui e mudança de letra da sigla para a conquista da primeira vereadora assumidamente lésbica de Nova Lima (MG), Juliana Sales (Cidadania), autora do projeto de lei aprovado em junho que fez História ao garantir cotas para pessoas trans em empresas e concursos públicos do município.
No campo do retrocesso, a violência deu as caras, mas recebeu resposta, ao atacar as vereadoras de São Paulo Erika Hilton e Carolina Iara, ambas do P-Sol, vítimas de ameaças diretas dentro da própria Câmara Municipal e fora dela. Em Niterói (RJ), Benny Brioly (P-Sol) também recebeu ameaças de morte. Todas buscaram seus direitos.
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Mesmo com fatos assim, podemos comemorar. A eleição destas pessoas em si já foi um avanço que não pode ser parado. Mas mais do que isso, são vereadoras que além de atuar pelos LGBT também mostram sua capacidade como legisladoras.
Propõem melhorias na zeladoria da cidade, incremento na saúde contra a Covid, ações sociais, mais acesso ao esporte e lazer, garantia de atendimento jurídico e todas as demais áreas que impactam na vida da população que elas representam tão bem.
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De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), as eleições municipais de 2020 tiveram um recorde de candidaturas trans e de pessoas trans eleitas. Foram 294 candidaturas pelo Brasil, sendo 30 candidaturas coletivas e apenas 2 para prefeitura e 1 para vice-prefeitura.
Isso representa um aumento de 226% em relação a 2016, quando foram 89 candidaturas. Em 2020, o número de pessoas trans eleitas quase quadruplicou, são pelo menos 30, contra as 8 eleitas em 2016.