Primeiro gay assumido da Câmara do DF, deputado Fábio Felix tem quatro projetos pró-cidadania LGBTI 

Primeiro parlamentar gay assumido a exercer mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o deputado distrital Fábio Felix (PSol) protocolou quatro projetos de Lei para enfrentar a violência e a intolerância contra a comunidade LGBTI. As medidas vão de modificações na Lei Orgânica do DF, para proteção das identidades de gênero, até a fixação de placas “LGBTIFobia é crime” em ambientes públicos e privados de uso coletivo. 

“São muitos os desafios para que nós LGBTIs possamos exercer plenamente os nossos direitos e a nossa cidadania. É preciso garantir uma rede de proteção e de enfrentamento à LGBTIFobia e assegurar que as políticas públicas acolham as diferentes identidades. Vamos batalhar para que as proposições sejam aprovadas rapidamente”, aponta o deputado. 

A primeira iniciativa protocolada cria a Rede “Proteção LGBTI+ DF”. O objetivo é conectar serviços existentes – como Ambulatório Trans, Creas Diversidade e Decrin – e implementar ações eficazes de promoção da cidadania LGBTI+ e enfrentamento da LGBTIfobia. A necessidade de promover a universalização dos direitos sociais e de garantir a igualdade do acesso aos serviços públicos motivaram a criação dessa rede. 

Os documentos emitidos com a correta identificação para pessoas trans e travestis devem ser consideradas primeiras vias, dado que, pela primeira vez, essas pessoas terão suas identidades reconhecidas pelo Estado.

De acordo com outra proposição, pessoas trans que desejam adequar o nome à identidade de gênero terão Isenção da segunda via de identidade civil. Para uma parcela considerável, a retificação ainda é dificultada pelo excesso de burocracia e, em especial, pela cobrança de taxas. “Os documentos emitidos com a correta identificação para pessoas trans e travestis devem ser consideradas primeiras vias, dado que, pela primeira vez, essas pessoas terão suas identidades reconhecidas pelo Estado”, ressalta trecho do projeto de Lei. 

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legalidade da Lei anti-LGBTfobia no DF, popularmente conhecida como Lei Maninha. A lei estabelece punições a pessoas, estabelecimentos ou órgãos públicos que cometam ou sejam coniventes com práticas LGBTIFóbicas. A fim de complementar a legislação, Fábio Felix também apresentou proposta que dispõe sobre a obrigatoriedade de placas “LGBTIFobia é crime!”. As placas devem ser colocadas em espaços públicos e privados de uso coletivo. 

Também foi apresentada proposta de modificação da Lei Orgânica do DF, que tornará explícita a proteção à identidade de gênero e o combate à violência e à discriminação. Um dos Artigos modificados passaria a vigorar com a seguinte redação: “ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de orientação sexual ou identidade de gênero”.