Vereadora catarinense Giovana Mondardo é perseguida por conservadores por defender as mulheres e os LGBT 

Vereadora mais jovem da História do Legislativo de Criciúma (SC), a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) tem travado na Câmara Municipal uma batalha para driblar o conservadorismo e avançar em pautas como cidadania LGBT e violência contra a mulher. 

Ela é a autora do Projeto de Lei 28/2021, que visava assegurar a pessoas em união estável homoafetiva e seus dependentes acesso a políticas públicas desenvolvidas pelo município. A proposta caminhou pelas comissões da Casa, mas um lobby evangélico não permitiu sua aprovação em junho e ela foi arquivada. 

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“Apesar do projeto ter passado por TODAS as comissões da casa, e ter sido discutido por mais de um mês, hoje, no dia internacional do orgulho LGBT, perdemos a oportunidade de aprovar a primeira lei direcionada à população LGBT em Criciúma”, lamentou a vereadora, adicionando que está “decepcionada, mas saibam que estarei incansável nessa luta, cada dia mais”. 

O texto do projeto previa, por exemplo, que convênios, contratos e documentos em nível municipal deveriam conter cláusula reconhecendo quem vive em união estável homoafetiva. Também fixava que “os convênios, contratos e documentos similares firmados deverão conter cláusula que considere pessoas em união estável homoafetiva, concedendo-lhes os mesmos direitos e deveres das pessoas em uniões estáveis constituídas por homem e mulher”. 

Giovana: decepcionada, mas saibam que estarei incansável nessa luta, cada dia mais

O PL lembrava ainda que “para todos os fins e efeitos, a equidade nos direitos e deveres entre pessoas em união estável homoafetiva e pessoas em união estável entre homem e mulher é extraída dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da vedação de discriminações odiosas, da liberdade e da proteção à segurança jurídica”. 

Giovana também é forte defensora dos direitos da mulher e combate à violência contra elas, o que lhe rendeu perseguição por parte de militantes bolsonaristas. Em fevereiro, foi injustamente acusada de embriaguez ao volante pelo deputado estadual Jessé Lopes (PSL) em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. 

Perdemos a oportunidade de aprovar a primeira lei direcionada à população LGBT em Criciúma.

O discurso foi seguido de acusação de acobertamento de estupro, com direito à publicação em jornal de circulação regional em coluna assinada por blogueiro bolsonarista, além de postagem nas redes da presidente do PL local e ex-candidata à prefeita, Júlia Zanatta.  

Também foram distribuídos em apps de mensagens vídeos de atropelamentos ocorridos em outros municípios dizendo que eram culpa de Giovana. Ainda: vereadora teve seus dados pessoais e de acesso restrito do Detran vazados ilegalmente.