Gabeu lança primeiro álbum e chuta a porteira do machismo no sertanejo. O bailão é nosso!
“Vamos assumir o nosso amor rural. Sai desse armário e vem pro meu curral.” Segura, peoa, porque já está disponível nas plataformas digitais “Agropoc”. O primeiro álbum de Gabeu é um grito colorido de libertação vindo de um estilo predominantemente machista, preconceituoso e arcaico.
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São 10 faixas – nove compostas por ele – que falam de amores ingratos, sofrência, paixões avassaladoras, gandaias e bebedeiras. Muito bom humor com música boa juntos garantindo um álbum delicioso para dançar, cantar junto e lembrar de quem deixou saudade.
Tudo com muita representatividade, sabe Gabeu. “Essa música mudou a minha vida e a forma como eu me enxergo fazendo música, fazendo arte. Foi para muitos um sinal de que é possível que nossas raízes e quem somos possam coexistir de uma forma harmoniosa, sem que precisemos negar uma coisa ou outra. Obrigado a todos vocês por assumirem esse belíssimo amor rural comigo”, fala sobre “Amor Rural”.
“Agropoc” reforça a abertura do sertanejo para a comunidade LGBT, como já deveria ter acontecido há muito tempo, mas, além disso, mostra para tantas pessoas que não precisa ficar de olho na comadre para fazer uma música gostosa. Representa possibilidades para tantos meninos afeminados sufocados na zona rural sem um caminho claro a ser seguido.
“Com esse projeto tenho entendido que é possível fazer um resgate cultural caipira ao mesmo tempo que me desprendo das imposições e padrões desse universo. Como sempre digo, é muito cruel comigo mesmo ter que negar qualquer uma das minhas partes, e com o #AGROPOC estou conseguindo uni-las da forma mais harmoniosa.”
Gabeu chegou arrasando no queernejo e já foi parar também em várias playlists das plataformas digitais. E não sozinho: no álbum de estreia traz junto também Reddy Allor, em “Queda D’Água”, e Bemti, em “Bem Te Vi”. O bailão é nosso!