Como o humor sobre genitais pode reproduzir sistemas de opressão?
Por Ágata Pauer*
Às vezes é necessário exercermos a nossa generética (ética de gênero) sobre determinados conteúdos que viralizam nas redes sociais. É sobre olhar e perceber como reconheço e recebo tais assuntos.
O humor, mesmo ele tendo conotação crítica, se exercido sem atenção pode alimentar estruturas de opressões. O que nesse caso, alimenta e aciona a transfobia recreativa.
Não busco cancelar ninguém, isso está longe do meu objetivo. Pretendo impactar a reflexão sobre as entrelinhas, aquilo que não se faz escuro no roteiro e mensagem, presente nesse meme.
A comparação do “tripé” à “rachadinha” nos mostra atravessamentos de valores sociais.
A comparação do “tripé” à “rachadinha” nos mostra atravessamentos de valores sociais. Comparar contexto político com genitais, é comparar também a fabricação social dos mesmos.
Afinal, o que o falo do homem cis quer nos dizer referente à vagina do homem trans? Ou melhor: o que o tamanho do pau quer nos dizer sobre masculinidade?
*Ágatha Pauer é criadora de conteúdo, atriz e travaturga, estudante do @iffcampuscabofrio e ex-bolsista do projeto de arte e cultura. Atualmente é coordenadora do movimento de mulheres da RL e filiada ao @gruposguais.