Feira de Arte Transvestigênere marca Dia da Consciência Negra com produções de mulheres trans e travestis

Após participarem da SP – Arte com suas obras deste ano, as artistas Bruna Kury (destaque) e Mogli Saura, mulheres trans e negras, produzem a Feira de Arte Transvestigênere no sábado, 20 de novembro de 2021, Dia da Consciência Negra, das 12 às 17h30 na Casa do Povo (Rua Três Rios 252, Bairro Bom Retiro, São Paulo, SP).

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Na feira haverá artesanato, fotografia, pintura, xilogravura, zine, fitoterápicos, body piercing, entre outros, feitos por artistas trans @raofreitas , @artebruta__mv , @aua___art , @fitosazonal , @rudaaarte , @puriyaguarete , @g.pyrata , @pequenomarginal , @macramexias, @armrore , @abugabu_ , Jane Alves e mais.

Além da feira, haverá o lançamento dos livros de Mogli e Bruna  e a exibição dos filmes “Gentrificação dos Afetos”, de Bruna, e “Comida de Cachorro”, de autoria de Vanessa Black. Após a exibição do filme, Bruna e Mogli fazem um bate-papo com a escritora Abigail Campos Leal.

O livro “A Póspornografia como arma contra a maquinaria da colonialidade” tem Bruna Kury trazendo a póspornografia –  da qual sua corpa é, transita e se afeta  – às encruzilhadas decoloniais. Aborda questões sobre gênero/sexo dissidências radicais desde as perspectivas de classe e raça, buscando entender o póspornô como “arma contra a maquinaria colonial”, evocando diversos debates em um turbilhão que passa com lâminas afiadas: a cada giro, a intenção de degolar a norma vigente para sempre.

“Pensar no BDSM como possibilidade de diálogo e consenso é uma das convenções da pósporno. Mas e quando um chicote traz a memória num corpo diaspórico uma imagem de um corpo negro sendo escravizado e torturado? Questões historicizadas que, num contexto de Brasil, América Latina, faz-se necessário o repensar de uma prática ‘libertária’”, conta Bruna.

“Modos artísticos em intersecções ecológicas: eco-monstruosidades pelo fim do mundo humano, entre povos da terra e grupo dissidentes”, de Mogli Saura, traz sua ecologia-interseccional, faz da encruzilhada – de interações no planeta – seu ponto, trazendo sua leitura e experimentação ancestral, permacultural, artística e decolonial sobre como identifica processos ecológicos em manifestações estético-políticas e (anti)artísticas.

Mogli: para fortalecer a trajetória de pessoas trans racializadas

“A publicação do livro é (ao mesmo tempo) celebração, fechamento de ciclo, compartilhamento cartográfico da experimentação e (possível) caixa de ferramentas, ofertando o que plantamos – cultivamos e colhemos, assim como o que reciclamos, expropriamos (tomando de volta) e (re)incorporamos – até então, para fortalecer a trajetória de pessoas trans racializadas que venham a se arriscar nessa rara formação que tivemos”, diz Mogli.


Feira de Arte Transvestigênere na Casa do Povo

Sábado, 20 de novembro de 2021

Das 12 às 17h30

Entrada gratuita

Casa do Povo – Rua Três Rios 252, Bairro Bom Retiro, São Paulo, SP

Atendimento ao público: 11 95309-4766