Ceará discute a realidade da população de migrantes LGBT e lança luz sobre um tema ainda esquecido

O Estado do Ceará realiza nesta terça-feira, a partir das 16h, uma roda de conversa virtual sobre os migrantes LGBT. O objetivo é trabalhar a desconstrução de preconceitos e fortalecer o enfrentamento à discriminação junto a profissionais da gestão pública.

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A iniciativa da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) é promovida pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para LGBT e pelo Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

A capacitação é voltada para servidores públicos e profissionais das redes de atendimento aos migrantes e às pessoas LGBT+. O objetivo é oferecer um panorama sobre a situação e os direitos de migrantes no Brasil e no mundo, bem como compartilhar experiências e reflexões sobre o atendimento à população migrante LGBT+.

“A migração LGBT+ ainda é um tema muito tímido e que precisa ser discutido. As LGBTs migrantes que buscam abrigo no Brasil, ou até mesmo de um Estado brasileiro para o outro, enfrentam diversas dificuldades, muitas vezes chegando em estado de extrema vulnerabilidade. São vítimas do preconceito e da discriminação que se somam a outros desafios”, destaca o coordenador especial de Políticas Públicas para LGBT da SPS, Narciso Júnior.

A migração LGBT+ ainda é um tema muito tímido e que precisa ser discutido.

“A roda de conversa vem trabalhar essa temática junto a profissionais para maior importância no contexto da assistência humanitária, possibilitando dignidade e cidadania para essas pessoas”, completa.

REFÚGIO

De acordo com pesquisa publicada pelo Ministério da Justiça e pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) em 2018 (antes do atual desgoverno federal), pelo menos 369 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado com base em orientação sexual e identidade de gênero foram submetidas às autoridades brasileiras entre 2010 e 2016.

O Brasil foi o quarto país do mundo a tornar dados públicos, produzidos e publicados ainda num contexto político onde não havia um governo de extrema-direita no País.

Foto: Caroline Lima/ Tem Que Ter