Heitor William navega nas redes sociais para contornar a onda de baixo astral após diagnóstico de leucemia

Heitor William é um cearense de 26 anos que recebeu o diagnóstico de leucemia, teve um baque, mas não deixou a onda o afogar e agora navega nas redes sociais. É onde ele desabafa, encontra apoio e dá esse apoio – e tem como sonho levar mais visibilidade à causa de quem passa por este momento delicado.

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Um ariano animado, alegre, que soube e continua sabendo transformar o drama em informação. Usa sua experiência, sua trajetória, para inspirar outras tantas pessoas com câncer. Tem força para dizer hoje com a cabeça erguida: “ouvi inúmeras vezes ‘isso é um castigo por você ser gay’, além do preconceito da comunidade em relacionamentos”.

Ele conta tudo no relato a seguir:

“Acho que o maior segredo é aceitar o tratamento e colocar a vida em primeiro lugar, no caso a minha vida.

As redes sociais são um portal de apoio para mim onde exponho a minha luta e encontro outros pacientes que contam suas histórias. A gente se encontra nessas histórias, é comum quem viveu um trauma quando se recupera falar sobre ele.

E o câncer é visto como um trauma por quem está de fora, mas para a gente, que vive isso, é somente um dia pós o outro. Por isso a gente se encontra em formas de apoio nas redes sociais.

A descoberta de um câncer para uma pessoa LGBTQIA+ tem muita dificuldade a ser falada, por exemplo, ouvi inúmeras vezes ‘isso é um castigo por você ser gay’, além do preconceito da comunidade em relacionamentos.

As redes sociais são um portal de apoio para mim onde exponho a minha luta e encontro outros pacientes que contam suas histórias.

Ninguém quer se relacionar com alguém que tem um problema pendente, não me dá nem a oportunidade de conhecer a história ou vivenciar a minha luta, o amor não existe nesta hora, é balela.

Os planos para este ano é continuar o apoio ao paciente, utilizar de todo meu conhecimento como profissional da saúde e agora influenciador digital. Trazer uma visibilidade maior para dentro da nossa causa e da nossa luta.

O câncer precisa ser falado, mas ele só tem espaço quando comove, ainda não foi visto como uma resistência em si. E o meu maior sonho é dar visibilidade à causa, fazer com que as pessoas tenham noção do quanto um diagnóstico precoce de qualquer doença salva.”

Estimativa

O Brasil deverá registrar 625 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2020/2022, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, com 177 mil novos casos estimados. Ele corresponderá a 27,1% do total de casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres.

Considerando-se todos os demais tipos de câncer, os mais frequentes na população serão mama e próstata (66 mil casos cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). Por gênero, os tipos de câncer mais comuns em homens são próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,1%) e cavidade oral (5%). Nas mulheres, o câncer de mama lidera (29,7%), seguido por cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%).