47% das mulheres LGBT no Brasil ainda estão na informalidade, aponta estudo
33% das mulheres LGBTPQIA+ no Brasil não se tornaram empreendedoras por escolha própria, sendo que mais da metade delas viu no empreender a única solução para driblar a falta de emprego. Moda e Beleza são os ramos de maior atuação delas (54%). 47% ainda estão na informalidade. 52% têm entre 25 e 40 anos.
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São dados interessantes e que merecem muita reflexão após serem apresentados no “Contaí!”, encontro de empreendedorismo realizado no Auditório do Masp, em São Paulo, no último dia 23, pela Contaí, startup de Raquel Virgínia.
Eles compõem uma pesquisa realizada pela Almap BBDO com o objetivo de entender o perfil, os desafios e os anseios dessa classe de empreendedoras. O estudo foi feito com metodologia própria da Almap com cerca de 167 mulheres – reforçando o que nossa comunidade já sabe, mas também levantando importantes questões.
51% delas se declararam bissexuais, seguidas pelas lésbicas, com 23% das entrevistadas. As travestis representam apenas 2%, mostrando que ainda há um longo caminho de inserção delas no mundo empreendedor, o que Raquel pretende com esta edição e as futuras, a próxima já marcada para junho, Mês do Orgulho LGBT.
33% das mulheres LGBTPQIA+ no Brasil não se tornaram empreendedoras por escolha própria
Raquel abriu o evento celebrando a proposição que move soluções. “A gente precisa falar sobre as dificuldades do ponto de vista propositivo para que a gente consiga realmente mudar essa realidade do que é empreender no Brasil. Do que é empreender sendo mulher, e no nosso caso, o que é empreender sendo uma mulher LGBTQPIA+.”
Outro desafio apontado é a falta de formalidade e apoio nos negócios delas. 47% das participantes da pesquisa ainda estão na informalidade. 38% são empreendedoras individuais. 8% são empreendedoras sociais. 22% delas têm uma loja virtual, aponta o estudo, adicionando ainda um fator: o comércio virtual como ferramenta.
Como infelizmente ainda existe preconceito com mulheres cis e trans e travestis, o comércio online possibilita que não haja uma interação direta entre elas e os clientes.
E são empreendimentos relativamente novos. 37% das entrevistadas abriram seus negócios há entre dois e quatro anos. 32% com menos de dois anos. Apenas 5% têm mais de 10 anos, por exemplo. E o dinheiro próprio é o motor delas: 82% usaram seus recursos para abrirem seus empreendimentos. 36% tomaram empréstimo de amigos ou familiares.
Uma realidade transformada por iniciativas como o “Contaí!”, que mostra ser o preconceito a principal barreira para que elas sejam tão poderosas no mundo dos negócios quanto os homens brancos, cis, heterossexuais. É possível!