Clássico na voz de Bethânia, “Negue” ganha clipe intenso e provocativo de Rico Ayade
O cantor baiano radicado em São Paulo Rico Ayade acaba de lançar o clipe de “Negue” – clássico repaginado da MPB que foi eternizado na voz de Maria Bethânia. A proposta do artista é trazer um novo olhar sobre clássicos da MPB, com uma visão mais LGBT+.
Leia também:
Aiace se une a outras mulheres em lançamento que é grito de liberdade para e por todas
Sergipana Ananda Barreto lança “Ser Eu”, um hino de autoaceitação cheio de ritmo
Ciel lança novo single trazendo a sonoridade das antigas serestas e bailes dos anos 1990 e 2000
“Os clássicos precisam ser revisitados para que continuem vivos. Antigamente essas canções não tinham clipe, e se tivessem, na época em que foram gravadas, jamais seriam clipe com personagens lgbtqia+ vivendo essas histórias”, explica Rico.
Ele conta ainda que “o que proponho é que essas histórias que marcaram gerações sejam recontadas, para que estes clássicos sejam ressignificados dentro desse novo contexto, muito mais diverso, em que vivemos atualmente.”
Rico lançou no ano passado o clipe com releitura da canção “O Leãozinho”, de Caetano Veloso, também sob um olhar LGBTQIA+. A canção faz parte do álbum “Tropicaê – Rico canta Caetano”, que o artista lançou em homenagem aos 80 anos de Caetano.
Multiartista com formação no teatro, ele estrela o clipe ao lado do ator convidado Barroso, conhecido da série “Aruanas” e que acabou de gravar o longa sobre Gal Costa, onde viverá o cantor Jards Macalé. No clipe-filme de arte toda a carga dramática dos atores em uma cena de plano em sequência de tirar o fôlego, dentro de um carro em movimento na noite da capital paulistana.
“Desde o início eu sabia o que queria passar com esse filme e sabíamos que seria um plano em sequência. Quando o Mavi (diretor) trouxe a proposta de ser dentro do carro, eu simplesmente adorei, porque refletia também a agonia da dureza da cidade que atravessa nossas questões pessoais, e isso adiciona uma carga dramática incrível a toda a cena, que já é forte por si só.”
O que proponho é que essas histórias que marcaram gerações sejam recontadas, para que estes clássicos sejam ressignificados dentro desse novo contexto.
A versão musical do artista traz arranjos modernos, assinados pelo produtor Rabi Rodrigues, que deixaram a canção com uma batida envolvente e sexy. Além disso, Ayade traz em sua interpretação a malemolência do seu sotaque baiano, e toda dramaticidade vocal que os anos de teatro lhe conferiram.
O filme de “Negue” tem a direção de Mavi, fotografia de Roberto Riva e assistência de Julio Becker, com concepção do próprio Rico e distribuição do Selo Camarada e da Ingrooves.
