Nick usa sua visibilidade para encontrar pessoas trans que precisam ser ajudadas

Iniciativa arrecada dinheiro para comprar binders e garantir cidadania para pessoas transmasculinas

É para garantir acesso de todes ao binder que um projeto vem crescendo – e esperando a sua contribuição. Quem Bindera é uma iniciativa que arrecada dinheiro pela internet para comprar binders para quem quer usá-lo, mas não tem como pagar por um.

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“Conectamos pessoas que precisam de binders a quem pode doá-los, ajudando a melhorar a qualidade de vida de pessoas transmasculinas (homens trans e pessoas não-binárias). Já ajudamos mais de 1000 pessoas de todos os Estados do Brasil!”, comemora a iniciativa.

O projeto é de Nick Nagari, pessoa trans não-binária do Rio de Janeiro que desde 2017 decidiu firmar um compromisso consigo mesmo: todo mês separaria R$ 50 pra ajudar uma pessoa trans. Ele chegou à conclusão de que doar binders a quem não tem condições de comprá-los era a forma mais efetiva a se fazer isso.

Falando sobre isso no seu Twitter, outras pessoas se ofereceram para doar também e ele resolveu fazer essa ponte, usando da sua visibilidade para encontrar pessoas trans que precisam ser ajudadas. Atualmente “as inscrições para ganhar um binder estão temporariamente fechadas até que diminuamos a fila” – por isso quem puder contribuir deve fazer isso o mais rápido possível.

Qualquer valor faz diferença. PICPAY: @quembindera. PIX: quembindera@gmail.com. Mande seu comprovante pelo Twitter, pelo Instagram ou pelo e-mail quembindera@gmail.com.
O projeto explica que o valor de um binder é de R$ 32 ou R$ 41, dependendo do comprimento vertical. Além disso, eles custeiam o frete, que varia de R$ 20 a R$ 64, dependendo do lugar do Brasil. Em média, o preço total é de R$ 60.

“Algumas vezes o valor final acaba sendo bem caro, chegando a mais que o dobro do valor do produto (por causa do frete), e é necessário um gasto maior. Mesmo quando isso ocorre, não deixamos de doar; como o binder é a opção mais segura para comprimir os seios, é importante que chegue às pessoas que precisam, não deixando que ninguém seja prejudicado por morar fora das grandes metrópoles”, defende a Quem Bindera.

A loja em que os binders são comprados atualmente é a transtore, que, inclusive, é feita e gerida por um homem trans. “Cada real ajuda a contemplarmos o máximo de pessoas possível.”