Escritora e ilustradora, Djuna Barnes foi um dos nomes mais polêmicos dos anos 20 por sua obra e vida sexual

Mês do Orgulho LGBT+ é tempo de lembrar quem abriu caminhos, como escritora, dramaturga e ilustradora norte-americana Djuna Barnes (Cornwall-on the-Hudson, Nova Iorque, 12 de Junho de 1892 – 18 de Junho de 1982). Ficou conhecida pelo seu romance “O Bosque da Noite” (1936), comparado pelo poeta T.S. Eliot à grande literatura inglesa do século XVI.

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Djuna teve um relacionamento conturbado com a artista plástica Thelma Wood e frequentava reuniões com outras escritoras na casa de Nathalie Barney. Em 1928, por serem tempos difíceis para lésbicas, teve que publicar anonimamente uma de suas melhores obras, “O Almanaque das Damas”, no qual celebrava o erotismo lésbico com ilustrações e trejeitos de humor e ironia.

A obra foi interdita pela alfândega nos Estados Unidos devido a seu conteúdo. Três anos depois, Djuna terminou sua relação com Thelma Wood, trocou Paris pela Inglaterra, mas com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, voltou para os Estados Unidos.

O pai de Djuna era abastado e liberal, se dedicou aos afazeres da sua quinta em Long Island depois de ter fracassado como pintor. A mãe, uma violinista inglesa, educou-a, bem como aos seus quatro irmãos, ao abrigo do sistema de ensino, sendo nessa tarefa auxiliada pela avó de Djuna, uma mulher sufragista.

Talento de Djuna ia além das palavras e explodia em ilustrações

Influenciada pelo sonho do pai, Djuna ingressou, em 1911, no Pratt Institute de Brooklyn, tendo transitado depois para o Art Students League, por um curto período de tempo. Após o divórcio dos pais, Djuna mudou-se para Greenwich Village, e começou a trabalhar como jornalista e ilustradora independente, escrevendo para vários jornais nova-iorquinos, como o Brooklyn Eagle.

Estreou como poetisa em 1915, com “O Livro das Mulheres Repelentes”, uma coletânea de poemas e de desenhos. Entre 1919 e 1920, foram levadas a palco três peças de teatro da sua autoria, no Provincetown Playhouse de Greenwich Village, onde colaborou com Eugene O’Neill. Casou com o editor Courtenay Lemon, mas o casamento logo afundou.

Em 1920 partiu para a cidade de Paris e viveu longe da sua pátria durante vinte anos. Aí estabeleceu contacto com personalidades como Gertrude Stein, F. Scott Fitzgerald, T. S. Eliot e o controverso poeta Ezra Pound. Começou também a consumir bebidas alcoólicas em exagero. Em 1923 publicou a sua segunda coletânea de poemas acompanhados de desenhos, com o título “Um Livro”.

Djuna teve que publicar anonimamente uma de suas melhores obras

Em 1936 apareceria a obra tida como mais considerável na sua carreira, “O Bosque da Noite”, prefaciada por T. S. Eliot, e em que descreve as vicissitudes de um triângulo amoroso complicado e nem sempre correspondido. Foi eleita membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano em 1961. Faleceu a 18 de junho de 1982, em Greenwich Village.

Obras

The Book of Repulsive Women: 8 Rhythms and 5 Drawings (1915)

Three from the Earth (1919) (play)

Kurzy from the Sea (1920) (play)

An Irish Triangle (1921) (play)

She Tells Her Daughter (1923) (play)

A Book (1923)

Ladies Almanack (1928)

Ryder (1928)

A Night Among the Horses (1929)

Nightwood (1936)

The Antiphon (1958) (play)

Spillway (1962)

Selected Works (1962)

Vagaries Malicieux (1974)

Creatures in an Alphabet (1982)

Smoke and Other Early Stories (1982)

I Could Never Be Lonely without a Husband: Interviews by Djuna Barnes (1987) (ed. by A Barry)

Djuna Barnes’s New York (1989)

At the Roots of the Stars: The Short Plays (1995)

Poe’s Mother: Selected Drawings (1996) (ed. and with an introduction by Douglas Messerli)

Collected Stories of Djuna Barnes (1996)

Collected Poems: With Notes Toward the Memoirs (2005) (ed. Phillip Herring and Osias Stutman)