Efe cria um mundo mágico e aconchegante com obras delicadas, mas fortes
É de chorar de emoção com tanta lindeza nas obras da artista visual Efe, nascida em Sete Lagoas (MG) e que vive e trabalha em Belo Horizonte. É com muito talento que ela pesquisa hibridismo em suas mais variadas linguagens, com ênfase em recortes de memórias da infância e fabulações espontâneas.
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Efe é uma fada que explode cores e aconchego na escolha dos tons que compõem suas obras. Depois de transitar pela Escola Guignard – Universidade Estadual de Minas Gerais, ela segue sua formação em residências artísticas no Brasil e exterior, com experiências transformadoras em Belo Horizonte, São Paulo, Uruguai e México.
Ela conta à Ezatamag na entrevista a seguir que “sinto uma força grande de irmandade entre nosso clã trans e isso me dá força pra continuar a produzir arte hoje! Chegou nosso momento! Chegou o momento delas/delus/diles existimos e ponto!”
Como está sendo esta retomada depois da pandemia? Sua agenda de trabalho foi muito afetada?
Artistas sempre foram solitários, né!?Eu sinto que a pandemia trouxe pra gente muito reflexão, eu tenho buscado mais trabalhar em equipe, buscado mais gente pra tá perto, pra trabalhar junte, sabe!? A força de coletivar processos tem sido uma questão pra mim. E a minha agenda foi super afetada, não tem como não ser afetada, parece que também a internet ganhou mais potência, as distâncias têm sido menores, estamos nos conectando mais! Isso é incrível!
O que mudou no seu trabalho depois desses dois anos? O olhar de artista muda?
Meu trabalho ganhou mais vontade de encontro, mais vontade de compartilhar processo, e não mais apenas o produto, isso se intensificou nos modos de mostrar, os vídeos que produzo hoje têm um pensamento de trazer a atmosfera do momento da criação, sou fascinada por processos criativos e suas parentes!
Quais os planos para este ano?
Este ano lanço um livro, que está sendo gestado há anos, escritos de 2015 encontram escritos e desenhos de agora, e se misturam numa publicação que tem sinopse da Transpreta. O livro é fruto da lei de incentivo municipal, e se chama “Ser Híbrida, transparecer híbrida”
Como você vê o crescimento da arte trans no Brasil e no mundo nos últimos anos?
Sinto uma força grande de irmandade entre nosso clã trans e isso me dá força pra continuar a produzir arte hoje! Chegou nosso momento! Chegou o momento delas/delus/diles existimos e ponto!
Qual a principal lição que você aprendeu neste caminho?
A principal lição que aprendi nesse caminho é que precisamos ter paciência, nada acontece de uma hora pra outra, toda artista tem uma trajetória, e estou a quase 10 anos nessa luta: ser artista no Brasil.
O que você pode dizer para quem está começando na carreira?
Pra quem tá começando eu dou um conselho que me deram: fale sobre o que te afeta, e estará se comunicando com tudo!
Quais são suas maiores referências?
Minhas maiores referências hoje são!? Minha madrinha e minha mãezinha.