Efrain Almeida abre exposição em São Paulo para discutir sua própria trajetória

Abre no próximo dia 25, em São Paulo, a exposição “O Sexto Dia”, do artista Efrain Almeida, sob curadoria de Paulo Azeco. A exibição será no Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP para discutir a trajetória do autor/artista, em primeira pessoa, narrando sua história e pautando suas escolhas no decorrer dos anos.

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O momento em que Efrain Almeida teve revelado o seu real papel como artista, quando uma súbita sensação de entendimento da sua essência criativa, quase um sonho irrealizável de conscientização sobre sua procura, ocorre em uma visita à sala de ex-votos em uma congregação local.

“Enquanto imagens, relíquias, artefatos votivos são instrumentos de adoração e por vezes causadores de êxtase entre fiéis, no caso de Efrain, a epifania foi estética. Aquilo era o máximo de força criativa que já havia visto e é esse o ponto fundamental de sua produção artística”, explica o curador.

“O Sexto Dia”, dia da criação dos animais e do homem, segundo as Escrituras, marca o momento de sua epifania por sua profunda compreensão da essência das coisas e de sua inserção no todo. Dos desenhos feitos na areia em um pequeno município do interior do Ceará, o artista arquiteta seu sexto dia participante, com objeto de arte, como parte da trajetória que conta a história como personagem de sua própria obra.

Efrain encontra essas últimas peças de madeira esquecidas e as esculpe, uma a uma, em um momento de intimidade sublime.

Seus delicados beija-flores, em pleno voo, beijam as paredes para dar as boas-vindas já que, em algumas culturas antigas, são seres de luz e portadores de boa sorte. “Eles abrem a exposição, para contar a história desse artista, que esteticamente está muito ligado ao cristianismo, mas que usa o seu corpo, e sua vida como testemunho do seu tempo, partindo de códigos próprios norteados pelo pensamento contemporâneo”, explica Paulo Azeco.

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O equilíbrio harmônico é desafiado pela série de aquarelas, lembranças do momento pandêmico onde o artista foi infectado e, afetado pela febre elevada, insere o beija-flor em uma delas talvez, inconscientemente, buscando a cura. As aquarelas são seguidas por delicadas pinturas a óleo, reposicionando a figura humana como tema central, elaborada com a precisão geométrica dos concretistas e sofisticadas técnicas e seleção de paletas de cor.

Cabeça-vermelha, que compõe a sala expositiva, é uma instalação inédita criada por Efrain para esse momento específico. Está diretamente vinculada às lembranças de sua viga pregressa com pessoas agora ausentes, carinhos do coração.

O curador explica: “ Seu pai, marceneiro, sempre cortou os cubos de madeira para Efrain esculpir… Tempos depois de sua morte, Efrain encontra essas últimas peças de madeira esquecidas e as esculpe, uma a uma, em um momento de intimidade sublime entre seu trabalho e a lembrança de seu pai. Obras impregnadas de emoção que, de alguma forma, buscam no espectador cumplicidade frente a delicadeza e força do trabalho”.

“O Sexto Dia” – Efrain Almeida
Abertura: 25 de junho – sábado – das 11h às 14h
Período: de 26 de junho a 14 de agosto de 2022
Museu de Arte Sacra de São Paulo: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)

Tel.: 11 3326-5393 – informações adicionais
Horários: De terça-feira a domingo, das 09 às 17h (entrada permitida até as 16h30)

Ingresso: R$ 6,00 (Inteira) | R$ 3,00 (meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação) | Grátis aos sábados | Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação

RECOMENDA-SE UTILIZAÇÃO DE MÁSCARA