“Valentina” discute bullying e desenvolvimento de adolescentes trans dentro de instituições escolares

Por Eduardo de Assumpção*

“Valentina” (Brasil, 2020) Valentina é uma adolescente transgênero, interpretada por Thiessa Woinbackk, que vive com a mãe, vivida pela sempre ótima Guta Stresser, em uma performance igualmente dolorosa e corajosa. As duas tem uma relação muito bem esclarecida sobre a identidade de gênero da filha, que tem um bom convívio social e nas redes.

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Elas, porém, precisam abandonar a vida que já seguiam, devido ao trabalho da mãe, ir embora da cidade para Estrela do Sul, em Minas Gerais, onde acontecerá todo o conflito do filme. Logo na chegada na cidade as duas vão à escola, onde querem e têm o direito de matricular Valentina, com o nome social, porém precisam da assinatura do pai que está desaparecido e precisa ser encontrado.

Muito bem resolvida consigo mesma, mas sentindo a falta do pai, Valentina não conta aos colegas e novos amigos, um gay e uma grávida, ambos fora dos ‘padrões’, sobre sua condição. Porém numa festa, quando adormece bêbada, seu segredo é descoberto e exposto.

Tratando o tema com leveza, mas sem deixar de se aprofundar, o longa mostra todo o preconceito enfrentado por pessoas LGBTQIA+ , ainda mais transgêneros, em um ambiente escolar em uma cidade pequena.

Grande Vencedor do @festivalmixbrasil em 2020, Valentina, de Cássio Pereira dos Santos, fala de temas necessários com um belo visual e simbolismos, discutindo bullying e o desenvolvimento de adolescentes trans dentro de instituições escolares. Disponível na @netflixbrasil.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib