MST realiza programação para debater a saúde da população LGBT+ no campo
“Debater, formar e se informar sobre a saúde da população LGBTI é um direito nosso. A saúde LGBTI não se restringe às questões relacionadas ao desenvolvimento das ISTs”, explica Luana Oliveira, integrante do coletivo LGBT do Movimento Sem Terra e uma das organizadoras do Curso de Formação de Educadores e Educadoras Populares em Saúde LGBTI+ do Campo e Prevenção às IST/HIV/AIDS.
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A atividade faz parte do Projeto “Saber Protege: Saúde e Prevenção de Epidemias e Infecções Sexualmente Transmissível – IST/HIV no Campo”, que, de maneira geral, pretende atuar na promoção da saúde da população LGBTI no campo e reafirmar os princípios da universalidade, da integralidade e da participação social do SUS.
O curso teve início na noite de domingo (7) e se estende com atividades de formação, estudo, debate e autocuidado até o dia 14 de agosto, no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), localizado em Salvador (BA). De acordo com Luana, o curso tem por objetivo debater a conjuntura econômica política e social, que influencia nas condições de saúde da população brasileira, especificamente da população do campo, tendo por foco os sujeitos LGBTI+ do campo.
É também nosso direito ter uma vida plena e saudável, com acesso desde os direitos básicos.
Além disso, tem como finalidade capacitar os participantes com conteúdo sobre o direito à saúde, incluindo direitos sexuais e reprodutivos, a adoção de práticas seguras e a promoção da saúde.
Cerca de 100 LGBTI+ das 5 regiões do país confirmaram presença no espaço. A proposta inicial é que cada participante possa sair do curso atuando como educadores e agentes populares de saúde, abrangendo diferentes realidades existentes e territorialidades constituídas, em uma perspectiva de formação coletiva.
Programação
Durante os sete dias de atividades, os LGBT Sem Terra debaterão temas como “Sistema Único de saúde e a política de saúde para população do campo”, “Prevenção e promoção de saúde – concepção de saúde do MST”, “Saúde da População LGBTI – Prevenção às IST e HIV/AIDS”, “Saúde mental e autocuidado das LGBTI+”, “A atual conjuntura brasileira” e a “História do Coletivo LGBT Sem Terra e desafios da pauta no MST”.
Os espaços de estudo em plenária serão acompanhados também por momentos de autocuidado, que pretende realizar algumas práticas em saúde, como “massagem e ventosas”, “ervas e cuidado espiritual” e o “corredor do cuidado”. Esses e outros espaços serão construídos em parceria com o Setor de Saúde do MST.
Luana conclui afirmando que “é também nosso direito [da população LGBTI+do campo] ter uma vida plena e saudável, com acesso desde os direitos básicos de atendimento, medicação, profissionais, que respeitem nossa diversidade sexual e identidade de gênero”.
*Com informações do MST