É impossível continuar falando de direitos LGBT+ sem reconhecer o valor da educação pública
A educação pública é um dos mais eficientes instrumentos de superação das lacunas produzidas nos mais diversos níveis da nossa sociedade. É dever do Estado, inclusive previsto em lei, proporcionar o acesso amplo da educação de qualidade para toda a população, abrangendo todas as faixas etárias.
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Ela no Brasil é ainda para muitas crianças o único acesso possível para o despertar do saber. O ensino gratuito como política pública não apenas é capaz de atender esta necessidade de acesso como também de garantir perspectivas e oportunidades.
Em um país onde 25% da população vivem em situação de pobreza, a escola pública é um local de possibilidades. Ela é, em uma análise de prioridades, a chance de se alimentar em um cenário atual onde 33 milhões de brasileiras e brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar.
Em um país onde 25% da população vivem em situação de pobreza, a escola pública é um local de possibilidades.
Alimenta também futuros, porque promove uma mobilidade social através do conhecimento, que abre oportunidades de emprego e renda. A escola pública oferece a democracia do acesso ao saber, garante que todas e todos possam ter a chance de começar sua trajetória.
É na educação pública que se cria a cultura do respeito às diferenças, do incentivo às identidades, da promoção da acessibilidade e da equidade. A pluralidade de alunas e alunos é enriquecedora e encontra no amplamente acessível terreno da educação pública um lugar capaz de florescer.
Com um sistema educacional que considere as diferentes identidades, raças, culturas e gêneros, é possível desenvolver pessoas capazes de se reconhecer e reconhecer o outro – esta é a base do respeito. Por isso a educação pública é capaz de reforçar a garantia de direitos, de contribuir para a construção de uma sociedade mais sensível às diferenças sociais.
É uma atuação transversal que desenvolve também outros campos importantes como saúde e autocuidado, consciência ambiental e a capacidade de se ver como alguém que tem direitos e deveres.
É na gratuidade do ensino, na garantia da perenidade dele e do incentivo ao seu desenvolvimento, que está uma forte aliada para reverter a falta de acesso que ainda persiste no Brasil. Segundo o Unicef, em 2020, cerca de 5 milhões de meninas e meninos não tiveram acesso à educação no Brasil.
O papel da educação pública no Brasil para a superação das desigualdades é amplo e transformador, mas ainda cheio de desafios.