Perseguição do nazismo aos gays é o tema do documentário “Parágrafo 175”
Por Eduardo de Assumpção*
“Parágrafo 175″(Paragraph 175, EUA/Alemanha/Reino Unido, 2000) Os homossexuais foram, como tantos, vítimas do regime de Hitler. Foram perseguidos sob o parágrafo 175 do código penal alemão. Este parágrafo, datado de 1871, condenava à prisão “atos contra a natureza” entre homens. “Parágrafo” dá voz aos sobreviventes que nos contam sobre sua experiência pessoal e as consequências duradouras deste capítulo oculto na história do Terceiro Reich.
“O Anjo” é baseado na biografia de Carlos Robledo Puch, o anjo assassino da Buenos Aires
Ganhador do Prêmio Teddy de Melhor Documentário, na Berlinale, bem como Prêmio de Melhor Diretor de Documentário para Rob Epstein e Jeffrey Friedman no Festival de Cinema de Sundance em 2000, Parágrafo 175 lembra que centenas de milhares de homossexuais foram presos pelos nazistas entre 1933 e 1945. 10.000 deles foram enviados para campos de concentração sob o notório parágrafo 175.
Encenado de forma inteligente e variada, e narrado por Rupert Everett, o filme não tarda a chegar ao cerne da questão: um sobrevivente explica calmamente que sob as bombas e em plena guerra, ele estava fazendo amor em um trem.
Um documentário de sucesso com um propósito forte, mas ainda pouco conhecido, o filme nunca é desanimador, nem chato pelas mudanças narrativas dos diretores: inserções (de imagens, intervenções de especialistas no assunto), diversidade de depoimentos e coragem de testemunhas para se revelarem.
A lei duramente criticada pelo documentário foi definitivamente abolida na República Democrática Alemã (RDA), em 1968 e depois na República Federal da Alemanha (RFA) em 1969. Parágrafo 175 é um documentário necessário.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
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