Brasília recebe no sábado oficina para discutir como libertar o afeto hierarquizado pelas construções sociais

É para “ter a oportunidade de discutir dilemas éticos de relacionamentos de forma coletiva com um grupo reduzido em um ambiente seguro” que no próximo sábado, 27 de agosto, Brasília (DF) recebe, das 14h às 18h, uma oficina necessária. “Afetos em Rede” está com inscrições abertas e, para ser este ambiente seguro, seu endereço é divulgado via e-mail após a pessoa se inscrever (clique aqui para acessar o formulário).

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A criação é da dramaturga e escritora Bárbara Esmenia e da jornaliste Mar Bastos, que é também produtore de conteúdo, pesquisadore de teorias críticas à monogamia desde 2013 e tradutore do livro “Desafios Poliamorosos”, de Brigitte Vasallo – que é uma investigação histórica sobre a centralidade da monogamia nas construções amorosas e seus mecanismos de imposição.

Mar listou à Ezatamag 5 dos muitos motivos que você tem para participar da oficina, onde será facilitadore ao lado de Valentina Fraiz, ilustradora venezuelana que usa sua arte por um mundo melhor. O encontro tem ainda produção de Luciana Palhares, antropóloga, professora de yoga e co-candidata à deputada federal pelo DF pelo Mandato Coletivo do Bem Viver.

Mar: compreender a monogamia como um sistema hegemônico que organiza e hierarquiza nossos afetos

Por que participar? Mar responde:

– Compreender a monogamia como um sistema hegemônico que organiza e hierarquiza nossos afetos e não como um mero estilo de vida que pode ser escolhido em detrimento da não-monogamia.

– Aprender que o condicionamento monogâmico ao desejo por fazer parte de um casal, colocando sempre o parceiro ou parceira sexo-afetivo no topo da escala de afetos, pode levar ao rompimento de nossos laços comunitários.

– Ter a oportunidade de enxergar os relacionamentos para além da ótica cisheteronormativa monogâmica.

– Aprender a valorizar as redes de afetos não-sexuais como fundamentais para a construção de uma vida em comunidade em oposição à solidão neoliberal.

Aprender a valorizar as redes de afetos não-sexuais como fundamentais para a construção de uma vida em comunidade em oposição à solidão neoliberal.

Como é

Essa é uma atividade inspirada nas oficinas #OccupyLove, por uma nova política das afetos, ministradas por Brigitte Vasallo entre 2013 e 2015 no Estado espanhol. Por meio do teatro fórum, uma das técnicas do Teatro do Oprimido, metodologia criada por Augusto Boal”, propõe-se uma vivência que construa um saber coletivo crítico à monogamia como estrutura que hierarquiza os afetos.

As 2 primeiras horas e 15 minutos da atividade serão dedicadas à dinâmica. Nos 45 minutos finais, haverá um momento de socialização com comidinhas incluídas para participantes.