ESPECIAL ELEIÇÕES: Sara Azevedo defende bancada unida e atuante no Congresso Nacional para avançar a pauta LGBT+

Sara Azevedo é o nome necessário para as Eleições 2022, em 22 de outubro, em Minas Gerais. Ela é candidata ao Senado Federal pelo PSOL e promete uma atuação que resolva os problemas em sua base, com um olhar comprometido com as pessoas, e não com interesses de empresários, de grupos, de quem não nos quer.

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Mas ela é corajosa e quer derreter as neves que há anos congelam o avanço da pauta LGBT+ em Minas. Mais do que isso, quer dialogar, costurar, unir forças com outres senadores e deputades para formar uma bancada de esquerdas atuante, capaz de reaver os anos e anos de direitos básicos que nos foram roubados com o atual (des)presidente do Brasil.

Devemos fortalecer a esquerda no Congresso para que consigamos pressionar por melhorias na qualidade de vida da população e não do empresariado ou dos especuladores.

“É necessário melhorar a nossa articulação política e isso só é possível se tivermos bancadas grandes nos legislativos. É fundamental elegermos pessoas que tenham a pauta LGBT+ como uma prioridade, não basta ser apenas uma pessoa que apoie a nossa”, conta na entrevista a seguir:

Por que as pessoas devem votar em você?

Em Minas Gerais, eu represento a candidatura que defende o interesse da população. Sou a única candidata ao Senado de esquerda de um partido com representação no Congresso. Todos os outros candidatos com viabilidade eleitoral defendem interesses corporativos e/ou político-eleitoreiros. No Senado, lutarei pelo fortalecimento do Estado e das políticas de emancipação socioeconômica das pessoas. Venho de uma tradição política que acredita na força da união da população, na solidariedade e na empatia. Vivemos um momento da política local e global em que é necessário reverter os avanços dos interesses empresariais em detrimento das vidas das pessoas. É hora de resgatarmos a fé nos movimentos sociais, na união das categorias e na pressão política. Quem votar em mim, estará contribuindo para a construção de uma bancada realmente de esquerda no Congresso. Precisamos mais do que nunca fortalecer e unificar as nossas lutas. Chega de perda de direitos para atender os interesses empresariais. Vamos mudar esse quadro e batalhar pela construção de uma vida mais digna a toda a população. É necessário voltarmos a ter fé no futuro.

“Em Minas Gerais, eu represento a candidatura que defende o interesse da população.”

O que você pretende fazer quando se eleger? Quais suas três principais propostas?

A minha principal proposta é colocar em discussão (e aprovar) a taxação das grandes fortunas. A ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL) apresentou em 2011 um projeto com essa finalidade. No entanto, o texto permanece em tramitação e desde 2021 encontra-se parado na mesa diretora da Câmara. Como senadora, penso em articular com deputadas e deputados de esquerda para que o tema volte a ser apreciado e possa ser analisado no Senado. Caso essa costura seja inviável, comprometo-me a criar um novo projeto que possa partir do Senado e chegue à apreciação da Câmara. Nós temos um sistema de cobrança de impostos injusto, que onera mais as pessoas pobres e de classe média do que os ricaços. Atualmente, a maior parte dos impostos são embutidos nos produtos que compramos, como os alimentos. Dessa forma, eles pesam mais no bolso de quem recebe menos. A tabela de referência do Imposto de Renda também está defasada, o que contribui para um maior compromisso fiscal da classe média. Isso precisa mudar, quem ganha mais, deve contribuir mais com o país. Além disso, formulei, junto com a comunidade LGBT+ de Belo Horizonte, um programa para o meu mandato no Senado. Assumi o compromisso de apresentar projetos que impulsionem a absorção de pessoas trans pelo mercado de trabalho, bem como que garanta o acesso ao SUS para essas pessoas. Além disso, vou batalhar pela garantia constitucional dos direitos de retificação de documentos, casamento igualitário e criminalização da LGBTfobia.

Chega de perda de direitos para atender os interesses empresariais. Vamos mudar esse quadro e batalhar pela construção de uma vida mais digna a toda a população. É necessário voltarmos a ter fé no futuro.

Qual a importância de votar em e eleger pessoas LGBT por todo o Brasil?

Devemos fortalecer a nossa representação nos executivos e, principalmente, nas casas legislativas. É necessário melhorar a nossa articulação política e isso só é possível se tivermos bancadas grandes nos legislativos. É fundamental elegermos pessoas que tenham a pauta LGBT+ como uma prioridade, não basta ser apenas uma pessoa que apoie a nossa comunidade ou que seja LGBT+, mas que não assuma a nossa agenda.

Como você espera que seja o Brasil em 2023?

Eu tenho a esperança de que o bolsonarismo seja derrotado nas urnas e que, com a eleição de Lula (PT), o cenário se encaminhe para a normalidade. Mas ainda assim não será um ano fácil, será necessário reconstruir as nossas bases de sustentação: adotar políticas para a erradicação da miséria e da fome, baixar os preços, garantir condições de vida digna à população, gerar empregos e retomar o investimento estatal em obras e projetos sociais. Por isso é importante a eleição de uma bancada representativa de esquerda. O assédio do mercado financeiro e dos diversos setores empresariais ainda será grande. Isso já é possível perceber em alguns movimentos do próprio presidente Lula e do PT, como a nomeação de Alckmin para a candidatura de vice ou o apoio ao PSD em Minas. Isso sem contar os recuos na retórica do ex-presidente em aparições públicas. No debate da Band, ele apontou como solução para o desemprego o incentivo ao registro de MEIs (Microempreendedores) em vez da defesa da revogação da Reforma Trabalhista. A mudança é possível, mas ela não acontecerá apenas com o retorno de Lula ao Palácio do Planalto. Devemos fortalecer a esquerda no Congresso para que consigamos pressionar por melhorias na qualidade de vida da população e não do empresariado ou dos especuladores.

Qual seu maior sonho?

Enquanto indivíduo, o meu maior sonho é ter uma vida digna. Não quero viver preocupada com dívidas, morando longe do meu trabalho, tendo que ter mais de um emprego para garantir o meu sustento ou ter que me preocupar com a minha aposentadoria. Quero ter uma vida plena com acesso aos bens e serviços básicos como saúde, educação e transporte. Quero ter direito ao lazer e a uma remuneração decente. Enquanto política, o meu maior sonho é contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária, justa e solidária. Quero fazer parte de uma política que volte a atrair a confiança das pessoas e que elas sintam que estão sendo beneficiadas, tendo seus direitos respeitados e levando uma vida digna. Quero ver um país sem miséria, sem gente passando fome, com o acesso universal à educação, à saúde, ao saneamento básico, à luz elétrica e à internet.

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