Dançarina Lelê Bandida é um grito delicioso contra a caretice e o machismo
A geminiana de 33 anos Lelê Bandida, “A Original de Duque de Caxias” (RJ), brada forte contra a caretice, grita alto pela libertação das mulheres, quer ser respeitada quando falar sobre sexo, sexualidade, estilos de vida. Assumidamente bissexual, se joga nas redes sociais para desmitificar e desmistificar sexo a três e várias relações afetivas e sexuais que a sociedade não vê com bons olhos.
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Pois o problema é todo da sociedade porque Lelê dá a cara, fala abertamente e vai quebrando tabus heteronormativos, judaico-cristãos, dogmas de amor que engessam sentimentos livres, reduz a pó o machismo. Ela é libertação, voz, potência e transgressão em um mundo que anseia por verdade.
Ao se expor como realmente é, Lelê queima todos os rótulos duros e secos que nos são impostos, cria uma abertura para que outres também possam se libertar, se identificar, se informar e se livrar de amarras. Ela está bandida, quer roubar a vergonha de ser, quer matar o preconceito, quer furtar medos para escondê-los bem longe de nós.
Depois da pandemia casei novamente, só que agora tudo está sendo diferente pois ele me aceita como eu sou, aceita minha carreira e o principal, ele aceita minha sexualidade.
Ela conta à Ezatamag que a pandemia foi um ponto de virada muito importante, com perdas e ganhos em sua vida. Quer investir cada vez mais na Arte, quer ser cada dia mais feliz, quer causar discussões libertadoras. Prenda-a se for capaz. A gente duvida que alguém consiga. Ainda bem.
“Muita coisa mudou, até porque passei por muitas coisas na pandemia. Perdi minha bebê, perdi minha mãe, passei por uma separação, fui morar sozinha, entre outras coisas. Como eu tenho meu pai, na pandemia eu preferi dar uma parada com os eventos e cuidar mais da minha família.
Amadureci, perdi e conquistei amizades, pois percebi que tinha amizades que só se aproximava quando eu saía, quando eu ficava em casa nem me ligavam. Aprendi a valorizar minha família e também aprendi vários estilos de vida e com isso dei uma mudada na minha carreira profissional.
Depois da pandemia casei novamente, só que agora tudo está sendo diferente pois ele me aceita como eu sou, aceita minha carreira e o principal, ele aceita minha sexualidade.
Para este ano quero cuidar do meu corpo, cuidar de mim e da minha saúde, focar em objetivos, organizar minha casa nova e depois de tudo isso, aí sim, serei uma nova Lelê Bandida.
Eu vejo que a Dança no Brasil ainda pode melhorar muito, só acho que ainda falta união no meio da música. Se todos nós nos uníssemos tudo seria diferente. É claro que hoje em dia as coisas estão melhorando pra nós dançarinas (os), mas se tivesse mais união tudo seria melhor.
Aprendi a valorizar mais a pessoa que eu sou e viver o momento, o tempo está passando rápido e a gente tá vivendo pouco.
Danço desde 9 aninhos de idade, lembro que com 12 aninhos foi meu primeiro concurso de dança.
Aprendi a valorizar mais a pessoa que eu sou e viver o momento, o tempo está passando rápido e a gente tá vivendo pouco. Aprendi que devo valorizar minha carreira porque amizade não tem nada a ver com profissionalismo, quando nossos amigos nos dão valor pelo trabalho deles é normal, mas quando damos valores do nosso trabalho pros nossos amigos, na maioria das vezes perdemos até a amizade. Então saiba separar as coisas e aprenda a dizer NÃO, se você não se valorizar e nem valorizar o seu negócio, ninguém vai fazer isso por você.
Posso dizer para quem está começando: confie primeiramente em si próprio e não se abale por palavras, no decorrer do tempo o que mais vai ouvir são palavras de desânimo. Fuja desse tipo de amizade. E nem todos os profissionais que nos oferecem caminhos fáceis são verdadeiros.
Tome cuidado e aprenda a confiar somente em você. Pode demorar, mas a hora chega pra todos.
Meu maior sonho é ter minha família do meu lado, minha casa dos sonhos, meu carro e moto, ter uma vida digna que todos possam olha e dizer: caramba, ela conseguiu. Ter uma carreira profissional boa, pois eu não foco só na música. Sonho em ser a Lelê Bandida que eu sempre sonhei em ser, a menina que jamais desiste do que quer.”