ESPECIAL ELEIÇÕES: Maya Eliz é candidata à deputada federal no Ceará para ser a primeira eleita para o cargo em seu Estado
Professora, estudante, cria da periferia, travesti e bissexual, Maya Eliz é candidata à deputada federal pelo PSol do Ceará para fazer História e ser a primeira eleita para o cargo em seu Estado. Ela chega com o número 5007 como opção de luta e representatividade LGBT nas urnas no próximo domingo, 2 de outubro.
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Maya sabe que é jovem, mas destaca que, mesmo sendo sua primeira candidatura, ela vem acompanhada por anos de luta pela construção de um futuro que é possível. Quer levar para a Câmara des Deputades, em Brasília, uma atuação focada principalmente em três eixos: Educação, Meio Ambiente e população LGBTQIAP+.
O Ceará é o segundo Estado que mais mata pessoas como eu no Brasil. Posso fazer história sendo a primeira e mais jovem travesti na Câmara Federal.
“Somos o país que só aprova políticas LGBTQIAP+ a partir do STF, e que tem um número pífio de pessoas eleitas da comunidade. Somos o país mais violento para pessoas como eu no mundo. Precisamos mudar esse cenário. Desejo concluir meu doutorado em Educação, superar a expectativa de vida de pessoas trans e travestis”, conta na entrevista a seguir:
Por que as pessoas devem votar em vocês?
O Brasil nunca elegeu uma pessoa trans para o Congresso Nacional em toda a sua história. O Ceará é o segundo Estado que mais mata pessoas como eu no Brasil. Posso fazer história sendo a primeira e mais jovem travesti na Câmara Federal.
O que você pretende fazer quando se eleger? Quais suas três principais propostas?
Trabalho, especialmente, em três eixos: Educação, população LGBTQIAP+ e Meio Ambiente. Tenho propostas como a lei da empregabilidade trans, que quer garantir cota para pessoas T no serviço público e redução de tributos nas empresas privadas que garantam a empregabilidade de pessoas trans. Também quero defender a Lei Zé Maria do Tomé contra a chuva de agrotóxicos nas plantações de alimentos pra defender que o povo brasileiro coma bem e com qualidade. E na educação, cota pra pessoas trans nas universidades, política possível no Brasil que só tem 0,02% de presença T nesse espaço. Mas outras propostas estão disponíveis no meu Instagram.
Qual a importância de votar em e eleger pessoas LGBT por todo o Brasil?
Somos o país que só aprova políticas LGBTQIAP+ a partir do STF (Supremo Tribunal Federal) e que tem um número pífio de pessoas eleitas da comunidade. Somos o país mais violento para pessoas como eu no mundo. Precisamos mudar esse cenário.
Como você espera que seja o Brasil em 2023?
Com Lula presidente, desejo fortalecimento das políticas públicas de educação; com políticas de defendam as vidas LGBT+ e garantam nossa cidadania; um país que paute o desencarceramento em massa e que as juventudes tenham acesso à cultura, ao lazer e ao esporte
Qual seu maior sonho?
Derrotar Bolsonaro nas urnas no dia 2 de outubro, mas principalmente derrotar o bolsonarismo e sua agenda fascista nas ruas. Além disso, desejo concluir meu doutorado em Educação, superar a expectativa de vida de pessoas trans e travestis, e construir um país em que essa realidade tão cruel e nojenta seja superada.
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