Monica Casagrande lança “Abre Caminhos”, uma composição, uma forma de cura e libertação
“Abre Caminhos” é a música que lança “Encruza Miramar”, o novo EP de Monica Casagrande. A faixa é trilhada por influências que vão de Clara Nunes até o novíssimo reggaeton. A composição, segundo Monica, veio como uma forma de cura e libertação.
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“Depois de ter passado por um relacionamento abusivo, tive que aprender tudo de novo. Redescobrir e redefinir o amor foi o primeiro passo nessa jornada – e é sobre isso que eu quero falar nessa música. O amor pelo nosso próprio corpo, que é nossa moradia; pelo outro, com quem podemos trocar e aprender tanto; pela terra, a grande mãe; enfim, a conexão com o todo. O amor é o norte.”
A letra é aberta pelas imagens lendárias de Ogum e Iemanjá – “Ogunhê, Odossia” -, dois orixás que invocam forças de polos opostos: um, masculino, representação da guerra e da luta; outro, feminino, representação dos mares e da maternidade. Se valendo desses opostos complementares, Monica abre os caminhos para a busca de espiritualidade e autoconhecimento.
Alexandre Elias (quem assina produção, mix e master do EP) conta que, para o single, pesquisou bastante Clara Nunes e o álbum “Os Afro-Sambas” de Baden Powell e Vinícius de Morais – principalmente pela similaridade temática. O arranjo foi construído em cima de uma combinação entre reggaeton e ijexá.
“Quem me alertou para a similaridade entre os dois ritmos foi o percussionista Reginaldo Vargas, que me sugeriu, então, gravar um sobre o outro. O resultado final acabou me levando a trazer essa sonoridade para todo o EP e, principalmente, para “Amar é a Revolução”, que Monica me disse considerar uma canção irmã de ‘Abre Caminhos’”.
Depois de ter passado por um relacionamento abusivo, tive que aprender tudo de novo.
A música surge como um desejo de tomada de consciência e novos rumos, sempre cuidando para que a força guerreira se encontre com a afetiva. É esse clima que a saudação final a Exu retoma:
“Salve o senhor das encruzilhadas
dos encontros e desencontros
Laroyê, Exú é Mojubá”
Monica Casagrande é cantora, compositora, violonista e pianista paulista. Foi vocalista das bandas Sol a Pino e Jellyfish entre os anos de 2014 e 2017. Em 2019 lançou seu primeiro single, “Segundo Ato do Novo”, e, a partir daí, uma série de outros singles com produção e direção musical de Eduardo Brechó (vocalista do Aláfia) e Renato Alves (guitarrista e compositor de jazz), além de contar com Estela Paixão como diretora de voz (vocalista do Aláfia, backing vocal de Liniker e Xênia França).
Fotos: Danieli Fonseca