‘Abracadabra 2’ deve todas as gerações prestando homenagem ao original e adicionando atualização gentil e diversidade
Por Eduardo de Assumpção*
“Abracadabra 2” (Hocus Pocus 2, EUA, 2022) ‘Abracadabra 2’ tem gostinho de infância. O original da Disney, de 1993, conta a história de três irmãs bruxas que foram executadas em Salem em 1693 e voltaram para causar estragos 300 anos depois, no Halloween. É um clássico; é um marco da cultura pop. Quase 30 anos depois, ‘Abracadabra 2’, da diretora Anne Fletcher, deve agradar fãs de todas as gerações prestando homenagem ao original e adicionando uma atualização gentil e diversidade bem-vinda.
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O filme é sobre amizade. E temos um pouco da história de origem, onde as irmãs encontram uma bruxa glamourosa (Hannah Waddingham) que lhes dá um dos principais adereços do primeiro filme, o livro de feitiços com um globo ocular humano. Nos dias atuais, as estudantes do ensino médio Becca (Whitney Peak) e Izzy (Belissa Escobedo) estão se preparando para sua tradição de Halloween, a festa do pijama de aniversário de Becca.
Este ano terá que ser sem a outra amiga Cassie (Lilia Buckingham), que não tem feito parte do grupo ultimamente porque tem passado todo o tempo com o namorado. Becca e Izzy gostam de experimentar magia e passam muito tempo na loja mística local administrada por Gilbert (Sam Richardson). Ele lhes dá o outro adereço chave do primeiro filme, uma vela preta, e, assim como no primeiro filme, mesmo sabendo da lenda das irmãs Sanderson, elas a acendem.
E assim, as Sandersons, Winifred (Bette Midler), Sarah (Sarah Jessica Parker) e Kathy (Mary Sanderson), retornam na noite de Halloween, enquanto festeiros fantasiados pedindo doces ou travessuras estão comemorando. O que o original faz com uma sequência encantadora de ‘I Put a Spell on You’, de Nina Simone, esse faz por ‘One Way or Another’, do Blondie.
E no que diz respeito à representatividade queer, ela se faz presente. Não apenas por ser um clássico da memória afetiva de muitos LGBTQIA+, mas também pelo pano de fundo da história da perseguição de Salem, da estética camp, além da presença divônica de Bette Midler e Sarah Jessica Parker, assim como as drag queens reveladas em ‘RuPaul’s Drag Race’, Ginger Minj, Kahmora Hall e Kornbread.
Disponível no @disneyplusbr
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
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Twitter: @eduardoirib