Museu das Favelas será aberto ao público no sábado, dia 26 de novembro, no Palácio dos Campos Elíseos
O Museu das Favelas, equipamento público da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, abre suas portas ao público. No sábado, dia 26/11, a instituição abre com a exposição FAVELA-RAIZ, uma ocupação-manifesto que representa o primeiro movimento de transformação do Palácio dos Campos Elíseos, reverenciando a memória e as heranças das lutas dos que vieram antes e dos que seguem resistindo na construção desta história.
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A exposição que abre o Museu surge em forma de ocupação-manifesto, evocando as raízes da favela. É um símbolo de saudação às tradições, à ancestralidade, à maternidade, aos abrigos materiais e afetivos que envolvem os habitantes e a tudo o que ali foi semeado e colhido. A ocupação é composta por cinco partes, sendo três internas e duas externas.
No hall de entrada há esculturas tecidas em crochê, criadas pela artista Lidia Lisbôa com a colaboração de 7 mulheres do Coletivo Tem Sentimento e da Cooperativa Sin Fronteras, grupos de mulheres da vizinhança do Museu. “O Museu das Favelas tem como premissa máxima o trabalho colaborativo com as pessoas que vivenciam o cotidiano das favelas e periferias. Processos como este, representam um diferencial na gestão de uma instituição museológica, que no caso do Museu, além desse processo colaborativo, propõe a articulação social e processos de geração de renda como pilares transversais importantes”, afirma Daniela Alfonsi, Diretora do Museu.
O Museu das Favelas tem como premissa máxima o trabalho colaborativo com as pessoas que vivenciam o cotidiano das favelas e periferias.
A sala expositiva lateral traz uma instalação audiovisual sensorial, cuja curadoria selecionou imagens de 20 fotógrafos e produtores de conteúdos de diferentes periferias do Brasil. A instalação, chamada “Visão Periférica”, revela aos visitantes a multiplicidade das experiências nas favelas, despertando memórias afetivas por meio do cruzamento de linguagens. No final do percurso interno da exposição, haverá uma instalação no salão de espelhos do palácio, com criação sonora do rapper Kayode, exaltando os diferentes modos de se pensar a beleza.
No ambiente externo, haverá uma instalação que sintetiza a história do Palácio dos Campos Elíseos, com pesquisa de História da Disputa e produzido com artes em serigrafia pelo Coletivo XiloCeasa. Nos jardins, Paulo Nazareth – conhecido por suas andanças ao redor do mundo e seu trabalho que questiona os limites da performance como linguagem artística – traz uma das instalações de seu projeto “Corte Seco”, em homenagem à Maria Beatriz Nascimento: uma escultura de alumínio, de 06 metros de altura, retratando essa que é uma mulher negra, historiadora, poeta, intelectual e ativista.
O Museu das Favelas recebe também a exposição “Identidade Preta: 20 anos de Feira Preta”, em comemoração ao maior evento de cultura negra da América Latina. Realizada pelo Preta Hub, liderado por Adriana Barbosa, a exposição traz de modo lúdico a história de um dos primeiros eventos de valorização da cultura empreendedora negra e periférica de São Paulo. Como parte da parceria, além da exposição, o Museu das Favelas receberá, no final de semana da abertura, o SPerifas, versão pocket da Feira de Empreendedores.
Localizado no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas busca uma conexão direta com as experiências de quem vive nas favelas no cotidiano, em sua dimensão individual e coletiva, partindo de um local de pluralidade e diversidade de narrativas que surgem com a proposta de ser um ponto de encontro, de passagem, de acolhimento e de potencialização das favelas, de suas memórias e produções.
No caso do Museu, além desse processo colaborativo, propõe a articulação social e processos de geração de renda como pilares transversais importantes.
A busca é por ampliar o olhar para além de uma imagem cristalizada do que é a favela e, também, do que é um museu, construindo uma visão que inclui também as vivências que partem de periferias, ocupações, assentamentos, regiões quilombolas, ribeirinhas e outros espaços que são distintos, mas que compartilham as mesmas histórias de segregação e resistência. Inserido numa arquitetura colonial, o Palácio revela, ainda, as ambiguidades socioeconômicas que envolvem territórios favelizados e propõe novos olhares ao prédio, ressignificando-o e permitindo novas possibilidades de refletir sobre as nossas histórias.
São essas e outras narrativas que são construídas para lembrar que favela é uma experiência que marca pessoas, saberes, conhecimentos e territórios, atravessando o cotidiano de milhões de brasileiros. A potência das favelas inspira, então, o que esse museu se propõe ser: um local de encontro e acolhimento, incubador de ideias e propositor de movimentos.
Museu das Favelas – Palácio dos Campos Elíseos: Entrada pela Rua Guaianases, 1024 – São Paulo
De terça a domingo, das 9h às 17h (com permanência até as 18hs)
Entrada GRATUITA | ingressos poderão ser retirados de forma antecipada no site e, também, de maneira presencial no dia da abertura.
PROGRAMAÇÃO
Exposição Favela-Raiz
A partir de 26/11
das 9h às 17h (com permanência até as 18hs)
Exposição Identidade Preta: 20 anos de Feira Preta
A partir de 26/11
das 9h às 17h (com permanência até as 18hs)
Especial SPerifas – Dias 26 e 27/11
Instituto SulAmérica apresenta: Programação de Abertura
DIA 26/11, SÁBADO
9h às 12h | Praia Literária [intervenção que ocupa espaços com muitas brincadeiras de verão, piscina de bolinhas, bolinha de sabão, túnel e uma cesta de livros pop-ups para divertir as crianças]
10h | Prática de Kemet Yoga [Jardim*, mediante retirada de senha]
11h Aulão de funk com Renata Prado [Jardim*, mediante retirada de senha]
12h às 17h | DJ Vivian Marques [Jardim]
14h | Exibição do filme Orí, seguido de debate com Oswaldo Faustino & Lenny Blue [Auditório]
DIA 27/11, DOMINGO
9h às 12h | Praia Literária [intervenção que ocupa espaços com muitas brincadeiras de verão, piscina de bolinhas, bolinha de sabão, túnel e uma cesta de livros pop-ups para divertir as crianças]
11h | Aulão de funk com Renata Prado [Jardim*, mediante retirada de senha]
15h30 | Contação de Histórias para crianças e adultos, com Beatriz Barros [Jardim]
17h | Prática de Kemet Yoga [Jardim*, mediante retirada de senha]
Fotos: Carlos Pires