Distrito Federal faz mapeamento de sua população LGBT+, que é de 3,4%

Cerca de 3,4% da população do Distrito Federal se autodeclaram LGBTQIA+. Os dados são de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), divulgada neste mês, que quantifica e identifica o perfil sociodemográfico do nosse público. Do levantamento feito, cerca de 2% se identifica como lésbica, gay ou bissexual e 1,04% como trans. Os dados fazem do DF a unidade federativa com maior concentração de LGBs (Lésbicas, Gays e Bissexuais), representando 2,9% dos moradores da capital.

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O Distrito Federal é o primeiro e único entre as unidades federativas do Brasil a incluir e contabilizar oficialmente em uma amostragem social a população LGBTQIA+. Os dados balizam a elaboração e a condução de políticas públicas voltadas para as necessidades específicas dessa parcela da população.

“Essa pesquisa surgiu ainda no final de 2019, após algumas associações trazerem a necessidade de iniciar uma agenda de pesquisa sobre a população do DF. A partir daí começamos a pensar em como fazer”, diz Júlia Pereira, coordenadora de pesquisas da diretoria de estudos e políticas sociais do IPEDF.

De acordo com ela, o processo seguiu três etapas. A primeira foi entender como são feitos os estudos em outros locais do Brasil, da América latina e do mundo. Fomos atrás de outras pesquisas, de entender como outros países observam o perfil dessa população”, diz.

Para o levantamento dos dados, foram inseridas perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual para pessoas maiores de 18 anos na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). O estudo foi dividido em etapas, sendo algumas delas: proporção da população; perfil sociodemográfico; escolaridade; mercado de trabalho; e trabalho doméstico.

Essa pesquisa surgiu ainda no final de 2019, após algumas associações trazerem a necessidade de iniciar uma agenda de pesquisa sobre a população do DF.

Impossibilitados de acrescentarem mais perguntas no estudo, os pesquisadores fizeram outro questionário,em que outras questões foram contempladas. Para isso, foram adotadas duas estratégias: “Primeiro mandamos cartas para as pessoas que disseram ser LGBTQIA+, e depois abrimos para toda a população”, diz.

O primeiro estudo aborda os retratos sociais de 2022, lançado pelo IPEDF, que analisa essa população. O segundo captura outras dimensões, como relação com família e amigos. “Nós sabemos das fragilidades que esse público vive, das violações de direitos, falta de voz e participação”, reitera Sueli Vieira, subsecretária de direitos humanos e igualdade racial da Secretaria de Justiça do DF (Sejus).