MC Marie entra 2023 prometendo série de lançamentos e luta pelo fim do machismo na indústria musical
“Amplificar minha voz e a voz dos meus, saber que uma mulher sapatão chegou lá falando da sua vivência. Meu maior sonho é alcançar meus sonhos mesmo com todas as vulnerabilidades que a sociedade me impõe.” Este é o grande sonho de MC Marie, que está no caminho certo para realizar o que quer.
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Neste ano essa musa chega com tudo com os lançamentos de várias faixas em dois álbuns, que prometem ser o foco total dela neste ano de 2023. Uma escorpiana de 28 anos artista desde sempre, admiradora Lady Gaga, Britney Spears e as brasileiras Ludmilla, Mc Dricka e Anitta.
É com muito talento e uma boa dose de coragem que MC Marie entra 2023 para brilhar, mas também para derrubar os muros que o machismo, ainda, produz na indústria da música. “Eles sempre acham que são melhores e assim se mantém essa estrutura machista na música”, conta na entrevista a seguir:
Como começou sua história com a música? Artista nasce artista?
Olha, se eu contar que a primeira coisa que eu quis ser foi artista. Eu não entendia muito bem o que significava, lembro que fui a primeira vez ao teatro com uma amiga da minha mãe que eu chamava de tia. Na nossa família não tínhamos muita referência de cultura e arte. Vimos um festival de esquetes e fiquei encantada. Logo em seguida eu entrei pro teatro, depois coral da cidade e não parei mais. Me formei no primeiro curso Contemporâneo do país, na UFF.
Como a música influenciou no seu crescimento, em você como pessoa?
A música dá sentindo a minha vida, MC Marie é tudo que sou e tudo que quero ser. É uma empresa em constante crescimento e também é meu lar. É o meu legado.
Quais são suas eternas referências musicais?
Aaaah minha mãe, senhora Britney Spears, minha tia Lady Gaga (aquela que me levou no teatro pela primeira vez rs). E os que me criaram, Janis Joplin, Edson Cordeiro, Ana Carolina. E atualmente óbvio que sou vidrada na Ludmilla, Mc Dricka e Anitta.
Agora me conta as novidades! O que vem por aí em 2023?
Então, muita coisa boa pra 2023, além de todas as músicas que já estão prontas e vindo aí num calendário de lançamentos, eu tô preparando dois álbuns, que vão ser meu foco para o ano.
É mais difícil fazer música sendo mulher?
MUITO MAIS! É incrível como eu tenho que fazer mais que o triplo para não ganhar metade do reconhecimento. É só a gente analisar as paradas, os top 50 no Brasil e até no mundo. No funk, no rap, no trap, as vozes que mais ganham destaque são as vozes masculinas. E não é só quando elas saem do estúdio e chegam nos bailes e nos fones de ouvido. É nos estúdios também. Muitas vezes me peguei incrédula vendo homens com muito menos material (e aqui só não digo talento porque quem sou eu né?) ganhando muito mais espaço num estúdio que eu. Além de ter minhas letras cortadas em várias músicas que eu mesma criei, tive a ideia. Eles sempre acham que são melhores e assim se mantém essa estrutura machista na música.
Quais são seus principais três desejos para o ano que vem?
Estourar um hit, ter pelo menos um pouco de estabilidade financeira com a minha carreira. Pra com isso o segundo desejo, que é poder ajudar minha mãe não só financeiramente, mas a quitar nosso apartamento, que é financiado. E por último e muito importante, ter meu home estúdio.
Qual seu maior sonho?
Amplificar minha voz e a voz dos meus, saber que uma mulher sapatão chegou lá falando da sua vivência. Meu maior sonho é alcançar meus sonhos mesmo com todas as vulnerabilidades que a sociedade me impõe.