Startup Bicha da Justiça tem o nome certo para incluir e reafirmar direitos

A startup mineira Bicha da Justiça tem no Instagram e no Facebook um canal de atendimento jurídico especializado no público LGBT que tem o nome certo para fazer a coisa certa: inclusão e reafirmação de direitos conquistados. Auxilia quem precisa acessar o Poder Judiciário sem homofobia, considerando a particularidade de cada um.

A fundadora e CEO é Bruna Andrade, que tem mais de 10 anos de experiência como advogada e professora. É também Mestre em Direito, Especialista em Direito Homoafetivo e de Gênero, Direito Público e Direito Tributário.

Bruna: queremos gerar inclusão jurídica efetiva, que é o nosso papel

Ela conta à Ezatamag que a ideia do canal surgiu depois de uma pesquisa de mercado identificando que 80% das pessoas que sofreram discriminação não procuraram seus direitos por medo de sofrer preconceito dentro do meio jurídico. “Essas pessoas sentem medo de encontrar um profissional homofóbico que não entenda a dor que elas sentem. Com um advogado especializado, essa objeção é quebrada.”

Outro motivo importante destacado por Bruna para a procura de um advogado atento a diversidades é que isso ajuda na consolidação dos direitos conquistados. “Os direitos LGBT são extremamente recentes, é uma construção nova dentro do Brasil, com pouco mais de 10 anos”, lembra, completando que existe ainda uma necessidade de reafirmação que às vezes os demais direitos não precisem.

Nem todos os advogados compreendem a questão da diversidade como um direito fundamental. Embora essa fosse uma necessidade básica de um profissional tão necessário.

Outro ponto que merece destaque no trabalho da Bicha da Justiça é a atenção para as diferenças entre cada letra da sigla. A advogada lembra que, embora sejamos uma comunidade, existem especificidades em cada uma dessas letrinhas, vivências e expectativas diferentes. “Precisamos respeitar isso e fomentar as diferenças para de fato gerar inclusão jurídica efetiva, que é o nosso papel.”

Casa de ferreiro…

Mesmo frente a tantos avanços, a classe dos advogados, lamenta Bruna, ainda não está completamente envolvida com a diversidade. Por se tratar de um grupo de pessoas como qualquer outro, há aquelas mais fundamentalistas, que não estão abertas a inclusão.

Uma realidade que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vem tentando mudar com ações como o lançamento, há dois meses, de uma diretriz interna determinando que o advogado envolvido em processo de LGBTfobia como agressor ou de violência doméstica terá seu registro profissional cassado.

Para a CEO da Bicha da Justiça, esta já é uma medida que direciona o olhar no sentido de que todos os advogados precisam estar mais preparados para esta questão da diversidade. “Mas essa diretriz não foi muito bem aceita dentro da própria categoria, com diversas manifestações contrárias porque nem todos os advogados compreendem a questão da diversidade como um direito fundamental. Embora essa fosse uma necessidade básica de um profissional tão necessário.”

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