Influenciador Deives Picáz cria projeto para colocar PCDs como protagonistas de suas lutas
O Setembro Verde é um mês todinho dedicado a reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência e, neste ano, ganhou uma ação de empoderamento feita por quem entende do cotidiano de PCDs. Deives Picáz é um leonino de 21 anos que decidiu que ele, e outras pessoas com deficiência, iria contar sua história.
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Ele reforça à Ezatamag que uma ação como esta é necessária porque infelizmente ainda há uma visão capacitista, preconceituosa, sobre o assunto no Brasil – um país ainda muito despreparado para PCDs. O projeto #MeuCorpoAtravésdosMeuOlhos nasce em 2022 nas redes sociais Deives acredita que as imagens juntamente com a legenda geram um impacto em quem está vendo e lendo.
As pessoas com deficiência podem participar ainda do projeto contando como elas se reconhecem.
“Ele é importante porque traz essa ideia de nos colocar em um lugar de destaque e mostrar para as pessoas a maneira que a gente se enxerga, tirando todo esse olhar capacitista e preconceituoso que as pessoas têm sobre pessoas com deficiência”, explica na entrevista a seguir:
Como surgiu a ideia do projeto? Por que ele é importante?
Tive a ideia do projeto em 2020, na verdade não ainda como projeto, mas como publicação. Porém, ao publicar, eu mudei a última frase e deixei ela guardada. Agora em 2022 eu resolvi inovar, fazer algo diferente, uma mobilização nas minhas redes, e criei o projeto e convidei amigos também PCDs. Ele é importante porque traz essa ideia de nos colocar em um lugar de destaque e mostrar para as pessoas a maneira que a gente se enxerga, tirando todo esse olhar capacitista e preconceituoso que as pessoas têm sobre pessoas com deficiência.
Qual seu objetivo com essa iniciativa?
O meu objetivo com essa iniciativa foi desconstruir preconceitos, dar visibilidade para outros criadores de conteúdo e fazer com que essa mobilização alcançasse mais pessoas a ponto de entender que deficiência não é um problema, e sim uma característica humana.
Como é a recepção do público? Você tem mais críticas ou elogios?
A recepção do meu público foi muito incrível. A gente recebeu 99% de elogios, com certeza existem críticas, mas elas são de perfis fake e pessoas que só criam esses perfis para criticar.
Como as pessoas podem participar?
As pessoas com deficiência podem participar ainda do projeto contando como elas se reconhecem, utilizando a hashtag #meucorpoatravésdosmeuolhos
Como as redes sociais podem ajudar na conscientização sobre essa causa? O Brasil está mais preparado, tem olhado melhor para PCDs?
Eu acredito que as redes sociais são uma potência para que a gente possa cada vez mais se comunicar e desconstruir esses preconceitos. Não acho que o Brasil está preparado ou tem um olhar melhor para pessoas co deficiência, acredito que é um dos países mais despreparados com relação a isso. É um país muito preconceituoso em relação a vários preconceitos e é por isso que estamos nas redes sociais com nosso trabalho de ativismo.
Qual é seu maior sonho?
Meu maior sonho é que esse projeto alcance um tamanho nacional.