Cidades paulistas recebem festival Artistas de Ruas contra o preconceito e o machismo
O festival Artistas de Rua, em sua 4ª edição, leva 20 apresentações musicais a Lorena, Guaratinguetá e São Paulo, de 12 a 23 de novembro, gratuitamente. No line-up, uma programação diversa é protagonizada por artistas como Dessa Brandão, que surge como forma de resistência ao machismo presente no universo do pagode e samba, simbolizando a representatividade feminina no gênero musical e servindo como inspiração e ponto de encontro para mulheres negras e LGBTQIAP+.
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Tem ainda WinniT, artista trans que coleciona títulos de diferentes batalhas de MC’s, que impressiona com suas rimas sempre tão afiadas; e o premiado Nego Bala, cantor que versa sobre temas como empoderamento e resiliência e traz a visão de quem saiu da Cracolândia para o topo do mundo.
“Assim como em edições anteriores do projeto, a curadoria é pautada na diversidade, não só ao pensar os gêneros musicais presentes na programação, passando por MPB, rap, forró, pagode e outros (e buscando também o diálogo com apresentações mais teatrais), mas principalmente trazendo para o line-up pessoas racializadas, mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIAP+”, conta Maria Ito, produtora e responsável pela curadoria desta edição do Artistas de Rua.
“É impossível pensar na construção da cultura e da música excluindo essas pessoas, como muitos festivais ainda insistem em fazer. O Artistas de Rua tenta ir na contramão dessa homogeneização, que mostra apenas um entre os inúmeros lados da história e das produções culturais”, completa.
Artistas de Rua é um festival de música itinerante independente que promove intervenções artísticas nos centros urbanos e busca melhorar a vida na cidade e incentivar a utilização das áreas comuns, sendo arte e cultura destaques no uso criativo dos espaços públicos. O projeto é viabilizado pelo ProAC ICMS, com patrocínio da EDP e da 51 Ice. A realização é da Muda Cultural e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.
Para abrir os caminhos dessa importante movimentação, Guaratinguetá recebe, no sábado, 12/11, Larissa Cibelle, às 10h, e Enidê MC, às 12h, no Museu Conselheiro Rodrigues Alves. No dia seguinte, no Parque Ecológico Anthero do Santos, o baterista Diego Pereira ataca às 14h30 e La Banda Performática Embromare! às 17h. Já na segunda-feira, 14/11, no Palco Externo do Espaço Multiuso, Ariane Zaine se apresenta às 14h30 e Samuel Samuca Trio – Veia Nordestina às 17h.
Na terça-feira, 15/11, Lorena será palco para os shows do trio No Plural, às 14h30, e Nebum MC, às 17h. Ambos na Praça Dr. Arnolfo de Azevedo.
Assim como em edições anteriores do projeto, a curadoria é pautada na diversidade, não só ao pensar os gêneros musicais presentes na programação.
Chegando a São Paulo, na sexta-feira, dia 18/11, Andarilho Cha, com a sua “música preta brasileira teatral”, e Amanda Magalhães, voz da terceira geração ‘Black Rio’, dão o tom na Rua Barão de Itapetininga, em frente ao icônico Teatro Municipal, às 14h30 e 17h. No sábado, na Zona Sul, Nego Bala e Lu Manzin agitam o Grajaú com suas performances às 14h30 e 17h, consecutivamente, no Lago Azul. No domingo, para fechar o fim de semana, Guilherme Kafé, às 10h, e Pagode da Dessa, às 14h, na Avenida Paulista. O ponto de referência? A calçada, na praça ao lado da Japan House.
Nas três últimas datas do circuito, Amarelo e Matheus Crippa, na segunda-feira, dia 21/11, às 16h e 18h30, no Centro. Trio Café e Dani El Chico assumem a programação da terça-feira, 22, em Perdizes, às 11h e 14h30. E, para fechar e já deixar saudades, Mano Yo e WinniT estarão na quarta-feira, dia 23, na Vila Mariana, às 15h e às 18h. As atividades durante os dias da semana e não só aos sábados e domingos visam, uma a uma, estimular ações que introduzem manifestações artísticas no cotidiano da população.
“Duas das principais características desse projeto são a democratização do acesso à cultura e a ocupação propositiva dos espaços públicos. É um convite para a população redescobrir lugares icônicos por meio da música”, comenta Ítalo Azevedo, gestor cultural da Muda Cultural.